Lula fala em ‘amor’, mas não disfarça seu rancor

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Presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa durante cerimônia de diplomação no TSE

Cláudio Humberto

O presidente eleito Lula (PT) usou o seu discurso de ontem no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na cerimônia de diplomação, para mais uma vez dividir o País entre os que “amam” e os que “odeiam”, colocando-se como sempre no lado dos amorosos, que só professam “ódio do bem”. Apesar de ser um político experiente, ele não se recuperou da prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, e tem sangue nos olhos. Poderia ter falado ao País, mas continuou no palanque, dirigindo-se aos militantes.

Até aqui de raiva

Nem mesmo os preocupados aliados sabem se Lula será capaz, como líder, de estender a mão aos que não votaram nele. Metade do País.

Já a corrupção…

Em vez de prometer que Mensalão e Petrolão não se repetirão, ele optou por intimidar eventuais denunciantes, com ameaças à livre manifestação.

Ataque inútil

Lula perdeu tempo atacando a Bolsonaro, em atitude que não é usual em discursos de diplomação. Deveria ter descrito o país que pretende legar.

Dueto de rancor

Coincidência ou não, o discurso do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, estava em linha com o de Lula, no ataque ao atual presidente.

Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Alcolumbre quer apoio do PT para presidir Senado

A tramitação a jato da PEC Fura-teto envolveu muita negociação entre o presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (União-AP), e a Transição. Os petistas desconfiavam que Alcolumbre atrasaria a votação do texto. Na conversa de defunto que quer reza, o político do Amapá confessou a vontade de voltar a presidir o Senado com apoio do PT. Na prática, ele passaria a perna no aliado Rodrigo Pacheco (PSD), que ajudou a eleger.

Procurado

Rodrigo Pacheco, que busca a reeleição, também foi procurado. Seria a dobradinha de apoio Alcolumbre/Pacheco e depois Pacheco/Alcolumbre

No radar

O movimento não caiu bem entre Tereza Cristina (PP-MS), o clã Calheiros (MDB-AL) e Rogério Marinho (PL-RN). Todos de olho na vaga.

Inconfiáveis

O PT desconfia de Alcolumbre e Pacheco. Conhece o histórico da dupla jogando bola nas costas de Bolsonaro, apesar da ajuda que receberam.

De fininho

Aplaudido pela claque após discurso na cerimônia de diplomação, Lula deu um jeito de correr dos jornalistas na saída do evento. Usou a porta dos fundos do TSE, cercado por uma muralha de seguranças.

Sem previsão

No meio da tarde de ontem, rodou entre os deputados mensagem da Mesa Diretora da Câmara dizendo não haver “data definida para votação da PEC-24-A/2019”. É nela que está apensada a Pec Fura-Teto.

Josué como opção

Presidente da Fiesp, Josué Alencar (MDB) tentou emplacar o Ministério da Fazenda, que acabou nas mãos do PT e Fernando Haddad. Agora sassarica para presidir a Petrobras, a estatal mais roubada nos anos PT. A opção Josué agrada mais que a de Aloizio Mercadante, cruz credo.

(D)efeito Mercadante

A plantação de Aloizio Mercadante presidindo a Petrobras foi mais um tiro de bazuca na estatal. Somente ontem perdeu R$20 bilhões em valor de mercado. Sua ação, que custava acima de R$37 antes do segundo turno, chegou nesta segunda-feira a R$23. E não é o fundo do poço.

Petrolão municipal

Cotado para ressuscitar o Ministério do Trabalho de Lula, o ex-prefeito Luiz Marinho foi indiciado pela CPI da OAS de São Bernardo do Campo (SP), em 2021, que apurou milhões afanados de obras (só) no município.

Triste aniversário

Há apenas seis anos era aprovada a Emenda Constitucional do Teto de Gastos Públicos, que deve virar mais uma peça de ficção, após a aprovação da PEC Fura-Teto de Lula (de quase R$150 bilhões).

13 de dezembro

O ministro Alexandre de Moraes aniversaria nesta terça (13). Por inquietante coincidência, ele nasceu no mesmo dia e ano da decretação o AI-5, ato institucional que instaurou a ditadura e a censura no Brasil.

Trauma

Haddad deve fazer anúncios nesta terça sobre os rumos que a economia, no Ministério da Fazenda. Sabendo que é rejeitado, ele poderá dar as notícias após o fechamento do mercado financeiro.

Pensando bem…

…como parece fácil mudar (ou ignorar) a Constituição.

DIÁRIO DO PODER – COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

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