Lula admite que países deram calote no BNDES: “Vão pagar”

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Declaração foi dada em discurso na posse do novo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante

Aloizio Mercadante, Lula e Geraldo Alckmin Foto: Ricardo Stuckert

Lula discursou na posse de Aloizio Mercadante como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), na manhã desta segunda-feira (6). Na oportunidade, o petista disse que os países que têm dívidas com a empresa pública terão de pagá-las, já que são todos “amigos do Brasil”.

O chefe do Executivo se defendeu das muitas críticas sofridas pela gestão do BNDES nos seus governos anteriores.

– Outra mentira era que o BNDES ficava emprestando dinheiro para outros países. O BNDES nunca deu dinheiro para país amigo do governo. O banco financiou serviço de engenharia de empresas brasileiras e nada menos que 15 países da América Latina, do Caribe, entre 1998 e 2017. O que é importante agora, em uma matéria publicada pelo jornal Valor. “De um total de R$ 10,5 bilhões financiados, o BNDES já recebeu R$ 12,8 bilhões”. Assim, todos os contratos em atraso foram cobertos por garantia, mas o fato é que essas operações deram lucro e geraram emprego no Brasil – disse Lula, mesmo reconhecendo, anteriormente, os calotes.

Lula também culpou o presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo não recebimento dos valores emprestados, nas gestões petistas, a esses países inadimplentes. Segundo o presidente, Bolsonaro cortou relações com as nações devedoras do BNDES para não ter de cobrá-las e, com isso, poder ficar acusando-as.

– Os países que não pagaram, seja Cuba, seja Venezuela, o fizeram porque o presidente [Bolsonaro] resolveu cortar relação internacional com esses países e, para não cobrar, para ficar os acusando, deixou de cobrar. Eu tenho certeza de que, no nosso governo, eles vão pagar, porque são todos países amigos do Brasil e certamente pagarão a dívida que têm com o BNDES – alegou Lula.

O petista continuou, como de praxe, seu ataque ao ex-presidente Bolsonaro, dizendo que o BNDES foi vítima de um processo de difamação muito grave.

– Eu não poderia de deixar de vir aqui lembrar a vocês que esse banco foi vítima de difamação muito grave durante o último processo eleitoral. Nós vivemos um momento, no Brasil, em que as narrativas, mesmo que mentirosas, valem mais que muitas verdades ditas muitas vezes – disse.

E completou:

– De tanto se martelar isso na cabeça das pessoas, o banco teve que gastar R$ 48 milhões em uma auditoria internacional em 2020. O resultado, para a decepção dos caluniadores, foi que nada foi encontrado de irregular nas operações, porque todas foram contratadas com critério e garantias firmes, sob o controle de dirigentes sérios e um corpo técnico altamente qualificado – declarou Lula, em tom de campanha.

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