Luciano Hang afirma que está sendo alvo de censura

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A operação, realizada nesta terça-feira, foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

O empresário Luciano Hang, durante o OesteCast – 13/06/2022 | Foto: Reprodução | Luciano Hang

O empresário Luciano Hang, um dos alvos da operação desta terça-feira, 23, da Polícia Federal contra empresários apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta noite que está sendo alvo de censura. A operação, realizada nesta terça-feira, foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“CENSURA! Acabaram de derrubar meu Instagram. Onde está a democracia e a liberdade de pensamento e de expressão? Tenho certeza que este era o objetivo de toda essa narrativa: tentar me calar. Vivemos momentos sombrios, mas vamos vencer”, escreveu o empresário, que complementou: “Fui vítima de uma Fake News e ainda a Polícia Federal vem na minha empresa às seis da manhã. Veja o desastre que causa uma notícia furada”.

Ao todo, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de oito empresários integrantes de um grupo de rede social de apoiadores do presidente da República. A alegação de Alexandre de Moraes é que o grupo de empresários compartilhou supostos comentários de teor golpista, em conteúdo exposto pelo jornal Metrópoles na última semana, falando em algum tipo de ação caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições presidenciais deste ano. A conversa aconteceu em um aplicativo de mensagens. O empresário ainda afirmou que nunca foi a favor de um golpe, como alegou que a acusação não procede.

“Nunca falei em “golpe” e jamais defenderei algo tão absurdo!”

Além de Luciano Hang (lojas Havan), também foram alvo da operação José Isaac Peres (rede de shopping Multiplan), Ivan Wrobel (Construtora W3), José Koury (Barra World Shopping), Luiz André Tissot (Grupo Serra), Meyer Joseph Nigri (Tecnisa), Marco Aurélio Raymundo (Mormaii) e Afrânio Barreira Filho (Coco Bambu).

Mais cedo, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello criticou a operação contra empresários apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e afirmou que não existe o que ele chama de crime de opinião.

Na análise de Marco Aurélio Mello, os empresários alvos da operação não podem ser punidos por manifestar suas opiniões.

“Tempos estranhos. A liberdade de expressão é um princípio constitucional básico em um Estado Democrático de Direito. Não há crime de opinião. Discordar, sim. Impor atos de constrição, não”, afirmou a Oeste o ex-ministro.

Questionado pela reportagem de Oeste se a decisão do seu ex-colega Alexandre de Moraes teria sido um tanto “deturpada”, Marco Aurélio foi enfático:

“Sim, dizia Rui Barbosa que fora da lei não há salvação.”

REVISTA OESTE

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