O superpedido de impeachment protocolado na Câmara dos Deputados por opositores do governo do presidente Jair Bolsonaro, na quarta-feira (30), deve ficar parado. É o que garante o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que disse a jornalistas que não pretende analisar o documento neste momento e que vai aguardar a apuração da CPI da Covid.
– Não será feito agora, né. Tem que esperar. O que houve nesse superpedido? Uma compilação de tudo o que já existia nos outros, e esses depoimentos quem tem que apurar é a CPI. É para isso que ela existe. Então, ao final dela, a gente se posiciona aqui porque, na realidade, impeachment, como ação política, a gente não faz com discurso, a gente faz com materialidade – disse Lira.
Com 46 assinaturas, o documento é assinado por deputados de oposição, centro-direita e ex-apoiadores de Bolsonaro, como Joice Hasselmann (PSL-SP), Kim Kataguiri (DEM-SP) e Alexandre Frota (PSDB-SP).
O texto foi elaborado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e tem como signatários, além dos parlamentares, entidades representativas e personalidades. Os autores apontaram supostos 23 crimes que teriam sido cometidos por Bolsonaro desde que ele assumiu a Presidência da República.
Questionado se vai rejeitar o pedido, Lira disse que há ainda outros 120 requerimentos na fila. Ao final da conversa, o presidente da Câmara, que sempre se colocou contra a instalação de uma CPI neste momento, fez um comentário ironizando o trabalho dos senadores.
– Vou esperar a CPI, [que] está fazendo um belíssimo trabalho, bem imparcial – completou Lira.