Em vídeo, João Pedro Stédile declarou que os sem-terra agiriam em diversos Estados do país
Dallagnol pede, ainda, que seja avaliada a necessidade de prisão de Stédile e outras lideranças do movimento | Foto: Foto: Divulgação
Parlamentares da oposição protocolaram, na Procuradoria-Geral da República (PGR), uma notícia-crime contra o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile. O militante é acusado de divulgar vídeos nos quais incita a invasão de propriedades rurais no país.
No documento, encabeçado pelo deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), os parlamentares alegam que Stédile afirmou que o MST promoveria “muitas manifestações em defesa da reforma agrária” em todos os Estados, a fim de adotar as “mil e uma formas de pressionar” pela desocupação de propriedades rurais.
Em outro vídeo, o líder do MST declarou que as invasões ocorreriam não apenas em abril, mas ao longo de todo o ano. “Vai acontecer”, disse o militante. Ao menos 33 propriedades foram invadidas em 2023, em 18 Estados. Neste mês, os sem-terra celebram o “Abril Vermelho” — ocasião em que promovem uma onda de invasões de propriedades.
Dallagnol quer a prisão de líder do MST
Dallagnol é defensor da propriedade privada | Foto: Geoff Lister/Wikimedia Commons
“Chama a atenção o fato de o líder do MST usar de sua liderança social para incitar o cometimento de crimes em todo o país, o que de fato vem ocorrendo”, destaca um trecho da notícia-crime. “O Poder Público não pode ser leniente com o cenário de ameaças e invasões anunciadas e promovidas por esse movimento. É importante que os órgãos de controle tomem medidas para impedir e acabar com os acampamentos levantados com a finalidade de preparar e apoiar invasões e outros crimes relacionados.”
No documento, os deputados pedem que os acampamentos do MST sejam submetidos aos mesmos critérios adotados pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento das manifestações do 8 de janeiro. Dallagnol pede ainda a avaliação da necessidade de prisão de Stédile e de outras lideranças do movimento.
No início da semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que deve pautar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as invasões de propriedades pelo MST.
REVISTA OESTE