Em quase uma década de operação, ex-juiz Sergio Moro vê situação atual como “desanimadora”
Nesta sexta-feira (17), completam-se nove anos de Operação Lava Jato, a maior força-tarefa jurídica e policial já vista na história do Brasil. Um núcleo investigativo que desmantelou diversas atuações criminosas envolvendo, principalmente, parte considerável da casta política.
Um dos principais alvos de todo o trabalho da operação, antes réu condenado, cumprindo pena de prisão, hoje é presidente da República. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi condenado criminalmente em diversas instâncias, ficou preso por 580 dias, mas seus processos foram anulados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, indicado à Corte pela então presidente Dilma Rousseff (PT).
Outro medalhão da política desmascarado pela Lava Jato, réu confesso, e condenado a mais de 400 anos de prisão (pelo acúmulo de penas oriundas de diversas condenações), o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, conseguiu se safar da prisão e já goza de liberdade, ainda parcial. Solto desde 9 de fevereiro, o criminoso reflete sobre seus delitos de frente para o mar, em um apartamento no bairro de Copacabana, um dos metros quadrados mais caros do Brasil.
Nove anos passados desde a primeira condenação na Lava Jato e não há mais nenhum político ou empresário relevante (condenado na operação), que ainda esteja cumprindo pena.
No caso de Lula, não haverá tempo para julgá-lo, já que muitas ações prescreveram por fator processual temporal ou pela idade do petista, que atualmente tem 77 anos.
O ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro, classificou esta situação como “desanimadora” e disse que “há uma longa estrada pela frente”.
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