Alheia às garantias constitucionais à liberdade de expressão, a Justiça Eleitoral retomou com força o velho hábito de impor censura. Nesta quarta-feira (24), sobrou censura até para Jair Bolsonaro (PL) e o vídeo de sua reunião com embaixadores. Também foi censurada a central sindical petista CUT, que divulgou vídeo insultando o presidente e, na Bahia, certamente estimulado pelos censores de Brasília, e a pedido do PT, um juiz proibiu a divulgação de pesquisa do instituto Datafolha.
Omissão perigosa
O viés censor tem sido tolerado no País, mesmo após a promulgação da “Constituição cidadã”, até pelos que têm a obrigação de denunciá-lo.
Ladroagem escondida
Durante o período eleitoral, jornalistas estão impedidos, por exemplo, de lembrar nas emissoras a ladroagem de notórios ladrões.
Censura desinforma
As restrições servem à desinformação, tão reclamada ultimamente, e favorecem aqueles políticos habituados a confundir público e privado.
Justiça jabuticaba
A Justiça Eleitoral tutela campanhas no Brasil como demonstração de força e para sobreviver, ainda que não exista em quase todo mundo.
Rachadinha de Janones implode o PT nas redes
Em menos de 24h, a campanha do PT foi do céu, com a operação da PF contra empresários que apoiam o presidente Bolsonaro, ao inferno com o escândalo da rachadinha de 60% envolvendo o deputado lulista André Janones (Avante-SP), que montou a estratégia de Lula em redes sociais. O “grande trunfo” petista, que esperava avançar na área dominada por Bolsonaro, Janones virou um problema que custará preciosos votos. Na hipótese de ser afastado da campanha petista ou de permanecer nela.
Da frigideira ao fogo
Se lutar por Janones, Lula perde voto de quem relevava o passado. Se despachar o deputado, perde força nas redes, que devem ser decisivas.
Janones, o breve
O deputado, que figurava entre 4º e 5º nas pesquisas, foi cooptado pelo PT para ser coordenador digital da campanha. Carreira curta.
Tudo que ele queria
Atuante no Facebook, Janones bateu recordes de engajamento em transmissões realizadas na plataforma e chamou atenção de Lula.
Rachadinhas esquecidas
A revelação de que o deputado André Janones (Avante-SP) cobra até 60% do salário dos assessores do gabinete lembra o caso que tomou chá de sumiço no STF, do ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (União-AP). Ele é acusado de tomar 90% do salário de assessoras.
Censura no Insta
Além da operação policial contra empresários por mensagens no Zap, o Instagram deletou o perfil de Luciano Hang com 5 milhões de seguidores após “notificação judicial”. E insiste que a decisão foi da própria empresa.
Brincando com fogo
Tantas decisões cancelando o direito à livre expressão dão sentido à recomendação de “temperança” do ministro Marco Aurélio aos colegas. Porque na vida há uma lei, não escrita, tão poderosa quanto a lei da gravidade. É a lei segundo a qual toda ação corresponde e uma reação.
Direitos vs. absusos
Sobre a operação da PF contra mensagens no Whastapp, Carlos Portinho (PL-RJ), que é advogado, lembra a “enorme distância entre pensar e até mesmo manifestar-se, e agir ou mesmo iniciar uma ação”.
Nadando em dinheiro
A campanha de Bolsonaro (PL) para presidente recebeu R$5 milhões até agora, cerca de 7% do que Lula (R$67 milhões) recebeu do fundão eleitoral do PT, e um terço dos R$15 milhões para Fernando Haddad.
Rato em fuga
O deputado Coronel Tadeu (PL-SP) pegou pesado com o ex-presidente Lula, que recusou convite para a sabatina da TV Jovem Pan. O deputado afirmou que o petista “agiu como um rato que foge da ratoeira”.
Inquisitina
O cientista político Paulo Kramer avaliou que o presidente Jair Bolsonaro se saiu bem na entrevista ao JN, esta semana, “sem pegar pesado demais nos contra-ataques à dupla de inquisidores globais”.
Quadrado autônomo
Apesar de o Tribunal Superior Eleitoral ter cassado o deputado Neri Geller (PP-MT), cabe ao plenário da Câmara dos Deputados a palavra final sobre o caso. Como sempre, cada Poder no seu quadrado.
Pensando bem…
…não é qualquer rachadinha que abala um tríplex.
DIÁRIO DO PODER – COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO