Lula não tem motivos para sorrir | Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo
A 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro da Justiça de São Paulo determinou nesta quinta-feira, 16, o bloqueio de R$ 40 milhões em imóveis e ônibus de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do contador Luiz Muniz Leite, responsável pelo Imposto de Renda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O pedido foi feito pelo delegado Fernando Santiago e aprovado pelo Ministério Público Estadual de São Paulo. Além de Muniz, a medida também atinge o traficante de drogas Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, considerado um dos principais fornecedores de drogas do PCC; e Silvio Luiz Ferreira, o Cebola. Esse último é chefe da Sintonia do Progresso, setor da facção que cuida do tráfico doméstico.
A decisão da Justiça abarca 250 ônibus da UPBus, a empresa comprada por Santa Fausta com o dinheiro supostamente lavado nas loterias. A UPBus mantém contrato de R$ 660 milhões com a Prefeitura de São Paulo e é responsável por 13 linhas de ônibus na zona leste. Cebola, que está foragido, também faz parte da diretoria da empresa. O sequestro dos ônibus — e não das companhias — serviu para que os usuários não sejam prejudicados.
Como mostrou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, Muniz é suspeito de ser o “operador de um complexo esquema de lavagem de dinheiro através de prêmios de Loteria Federal”. Ao lado da esposa, Muniz foi premiado 55 vezes em loterias federais — apenas em 2021. Segundo a Polícia Civil, o montante lavado pelo contador em prêmios na loteria chegou a R$ 40 milhões. Do total, R$ 16 milhões ficaram com o contador e o restante teria ficado com Santa Fausta. Em várias ocasiões, o valor das apostas superava o dos prêmios obtidos, com exceção de dois deles, de R$ 16 milhões, na Mega Sena.
Muniz também cuida da contabilidade e divide sala com empresas do filho de Lula, Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha.