Juiz acusa o MPF de não fornecer “evidências” de lavagem de dinheiro
José Dirceu foi deputado federal por São Paulo e ministro da Casa Civil durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Giovanna Soares
O juiz Fábio Nunes de Martino, da 13ª Vara Federal de Curitiba, absolveu o ex-ministro da Casa Civil de Lula José Dirceu no processo em que ele era acusado de lavagem de dinheiro em contratos com as empreiteiras Engevix e UTC. A decisão foi publicada nesta quinta-feira (7).
De acordo com a decisão judicial, o Ministério Público Federal (MPF) não forneceu evidências que comprovassem a prática de lavagem de dinheiro por Dirceu. A acusação foi feita em 2017, no contexto da Operação Lava Jato.
O ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, os ex-executivos das empreiteiras Walmir Pinheiro Santana e Gerson de Melo Almada, além de Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão do ex-ministro da Casa Civil também estavam envolvidos no caso. Todos foram absolvidos na decisão de Martino, com exceção de Vaccari, que não constava como réu no processo.
O juiz mencionou a existência de indícios de corrupção na decisão. No entanto, como o MPF não apresentou denúncias sobre tais crimes, o magistrado não poderia realizar a condenação.
Martino afastou a possibilidade de lavagem de dinheiro por considerar que os pagamentos feitos para Dirceu eram regulares. Na sentença, o juiz menciona que os pagamentos eram feitos através de notas fiscais, com dedução de tributos.
José Dirceu foi deputado federal por São Paulo e ministro da Casa Civil durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A defesa do ex-ministro ainda não se pronunciou sobre a decisão.