O jato Gulfstream 600 que está levando o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, sua esposa Janja, Celso Amorim e demais integrantes de sua comitiva ao Egito é motivo de preocupação. De acordo com o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, o fato do avião pertencer a um empresário acendeu o alerta em vários personagens importantes do entorno de Lula.
“O Lula foi no mínimo ingênuo”, diz um assessor direto do petista. “Pode não ser ilegal, mas é óbvio que é uma carona que ele deveria evitar. Ele não liga para essas coisas, mas deveria””, afirma um ex-ministro do segundo governo Lula que também prefere o anonimato. Essas opiniões circularam por todo fim de semana no entorno do presidente eleito.
O G600 é de propriedade de José Seripieri Junior, que já foi conhecido pela alcunha de “Junior da Qualicorp”, empresa que ele fundou, mas da qual já se desligou — hoje, é dono da Qsaúde. Junior foi preso pela Lava-Jato e tornou-se delator. No fim de 2020, fechou com a PGR um acordo de delação premiada pelo qual pagou uma multa de R$ 200 milhões.
É um dos empresários mais próximos de Lula. Durante a campanha ofereceu um jantar em sua casa para que alguns de seus pares ouvissem os planos do então candidato. Foi também o único empresário presente ao casamento de Lula em Janja, em maio.
O jato de Junior decolou às 7h30 do aeroporto de Guarulhos. É uma aeronave com capacidade para transportar 19 passageiros e tem autonomia de voo para fazer sem escalas a rota São Paulo/Egito. Um modelo zero quilometro custa US$ 54 milhões.
O G600 de Junior tem uma peculiaridade: é um avião com matrícula americana, um expediente por alguns proprietários de jatos para pagar menos imposto.
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