O Exército israelense enviou alertas para os telefones dos moradores de alguns bairros da Cidade de Gaza, no norte do enclave e de cidades que fazem fronteira com Israel, no sul ,ainda nas primeiras horas do dia desta sexta-feira. Na mensagem era pedido que “saíssem imediatamente”, pois seriam realizados “ataques militares pesados”.
As Forças Armadas também publicaram no site em árabe, um “mapa de áreas a serem esvaziadas” para que os habitantes de Gaza pudessem fugir de regiões específicas para a própria segurança.
A retomada dos combates na Faixa de Gaza após uma trégua de uma semana entre Israel e o Hamas mergulhou o território palestino novamente em um “pesadelo”, disse à AFP o chefe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) nesta sexta-feira.
“As pessoas estão no seu limite, os hospitais estão no seu limite e toda a Faixa de Gaza está em um estado muito precário”, afirmou o diretor-geral do CICV, Robert Mardini, à margem da COP28 em Dubai.
Ainda disse que também faz com que os habitantes de Gaza voltem “à situação de pesadelo em que se encontravam antes da trégua”, disse ele, lembrando o “sofrimento, medo, ansiedade e condições de vida precárias” da população.
Observando os enormes desafios enfrentados pelos hospitais e organizações humanitárias “Não há lugar seguro para os civis na Faixa de Gaza” acrescentou Mardini.
A trégua pausou a guerra que começou em 7 de outubro, após um ataque sem precedentes do Hamas ao território israelense, no qual 1,2 mil pessoas, em sua maioria civis, foram mortas e cerca de 240 foram sequestradas, de acordo com Israel. Ao menos 14 mil pessoas foram mortas na Faixa de Gaza, de acordo com o Hamas.
A retomada das hostilidades também ameaça o fluxo de ajuda humanitária para Gaza, onde cerca de 80% da população foram deslocados e enfrentam escassez de alimentos, água e outras necessidades básicas.
“Com a retomada das hostilidades, é provável que menos ajuda chegue a Gaza”, estimou Mardini. “Além disso, as organizações humanitárias verão uma redução em sua capacidade de fornecer ajuda à população”.
DIÁRIO DO PODER