Guedes diz que pensa no ambiente em longo prazo, mas energia é preocupação imediata

Energia Elétrica

Guedes diz que pensa no ambiente em longo prazo, mas energia é preocupação imediata

Ao comentar o possível risco de racionamento no país, o ministro Paulo Guedes (Economia) disse nesta sexta-feira (25) que se preocupa com o meio ambiente “a longo prazo”, mas que a curto prazo a prioridade deve ser o abastecimento de energia.

“Pensando a longo prazo, eu sou sempre verde, pensando a curto prazo, eu sou sempre preocupado com energia. A longo prazo estou preocupado com o verde, com preservação do meio ambiente, com tudo isso. Mas a curto prazo você não pode também dar um apagão no país e faltar comida. No meio de uma pandemia, se faltar energia, faltar isso tudo, é uma crise terrível”, disse.

A fala do ministro ocorreu durante videoconferência na Comissão Temporária da Covid no Senado. Guedes relatava que no ano passado participou de uma reunião entre o Ministério do Meio Ambiente e o de Minas e Energia na qual se discutia o bloqueio de um trecho do Rio Xingu para criar mais energia, o que prejudica o meio ambiente, ou se manteria o percurso natural das águas do manancial.

“Eu acabei não seguindo nas reuniões, mas a conclusão, na época, foi um voto possivelmente favorável à preservação do meio ambiente e, apesar de a gente ser tão criticado por meio ambiente, o voto prevalecente foi na direção de proteger o meio ambiente”, contou.

Guedes afirmou que o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) garantiu que não haverá racionamento neste ano.

“É sério o problema, mas nós já vamos levantar as bandeiras agora. A inflação sobe um pouco agora; a gente espera que o ano que vem já tenha normalizado tudo, com a garantia do nosso ministro Bento de que não será necessário chegar à situação do racionamento”

Nesta semana, Albuquerque disse que o governo não trabalha com a hipótese de racionamento, pois o setor elétrico está em monitoramento 24 horas por dia.

Durante audiência na Câmara, ele citou que foram adotadas “medidas para que nós não percamos o controle do sistema, não tenhamos risco de interrupção do fornecimento de energia nos horários de pico de demanda; não queremos chegar em 2022 com uma forte dependência do período úmido”.

No entanto, o governo estuda uma minuta de MP (medida provisória) que dá poderes a grupo interministerial para decidir sobre vazão de rios e abre espaço para racionamento.

O texto, obtida pelo jornal Folha de S.Paulo, prevê que, até o final do ano, um grupo de órgãos governamentais tenha poderes para, inclusive, contrariar decisões das agências no que se refere às políticas de restrição de vazão dos rios.

Deixe uma resposta