Apesar dos bilhões emprestados, estão suspensos tratamento oncológico, remédios e até transplante de fígado
Senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) – Foto: Pedro França/Agência Senado
Redação
Em menos de um ano, a gestão do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), acumulou dívidas milionárias com empréstimos bancários que já somam R$1,5 bilhão junto. No entanto, nesta segunda (9), os alagoanos foram surpreendidos com a notícia de que os transplantes de fígado e captação de órgãos encerrados no Estado justamente por falta de recursos. Mês passado, o Estado também negou tratamento oncológico a 243 pacientes e medicamentos para pacientes com HIV/AIDS pela mesma razão.
De dezembro até agora, o governo estadual de Alagoas já contraiu quatro empréstimos milionários, o mais recente no valor equivalente a mais de R$200 milhões em moeda local, outro de quase R$200 milhões em dezembro de 2022 e mais um de R$1,1 bilhão em junho deste ano, totalizando cerca de R$1,5 bilhão. Segundo o governo, o objetivo seria financiar projetos de tecnologia digital e modernização fiscal. Nenhum tostão para Saúde.
A destinação dos empréstimos vem sendo questionada diante do caos na saúde do Estado, em decorrência da falta de recursos, além de outros serviços essenciais. Mais da metade dos alagoanos vive abaixo da linha da pobreza.
Na semana passada, o senador Rodrigo Cunha (Pode-AL), único senador alagoano com voto contrário à autorização do novo empréstimo, questionou em suas redes sociais se haverá de fato “melhorias” nos projetos que pretextaram o expressivo endividamento.
“Este dinheiro não é para comprar merenda escolar, remédios ou trazer melhorias concretas na vida do povo… esta dinheirama vai para o obscuro ‘Programa de Sustentabilidade, Eficiência e Eficácia Fiscal do Gasto Público’, nome pomposo para o popular ‘tapa buraco’”, afirmou.
Além de negligenciar políticas públicas essenciais à população, o acúmulo de dívidas pode colocar Alagoas em alerta quanto à saúde fiscal do Estado, como a que aconteceu em 1997, resultando na queda do governador da época, Divaldo Suruagy.
Uma das preocupações é saber quem arcará com a dívida acumulada durante a gestão de Paulo Dantas, ironicamente eleito prometendo “austeridade fiscal” e “transparência” no uso de recursos públicos.
DIÁRIO DO PODER