Fux reconhece que Lava Jato comprovou corrupção e é endossado por juristas

LAVA JATO
O presidente do STF, Luiz Fux, durante lançamento do Programa de Desinformação da Corte, em Brasília - 18/05/2022 | Foto: Mateus Bonomi/Estadão ConteúdoO presidente do STF, Luiz Fux, durante lançamento do Programa de Desinformação da Corte, em Brasília – 18/05/2022 | Foto: Mateus Bonomi/Estadão Conteúdo

 

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, disse que os brasileiros não podem ignorar os casos de corrupção que ocorreram no país revelados pela Lava Jato. O magistrado fez uma palestra, na sexta-feira 10, no Tribunal de Contas do Estado, em comemoração dos 75 anos da Corte.

“Tive oportunidade, em dez anos, de julgar casos de corrupção”, lembrou o juiz do STF. “Ninguém pode esquecer o que ocorreu no Brasil, no Mensalão, na Lava Jato, muito embora tenha havido uma anulação formal, mas aqueles R$ 50 milhões das malas eram verdadeiros, não eram notas americanas falsificadas”, disse, em alusão ao caso envolvendo o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB).

A “anulação formal” ressaltada por Fux refere-se a processos abertos pela Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em abril do ano passado, a Corte considerou o ex-juiz Sergio Moro parcial para julgar o petista, revogando todos os atos processuais do magistrado, inclusive condenações por corrupção nos processos do tríplex do Guarujá e do sítio de Atibaia.

Fala de Fux sobre Lava Jato é endossada

Para o ex-ministro da Justiça Miguel Reale Jr., “sem dúvida, houve corrupção”. Segundo ele, essa constatação se dá pelas “delações acompanhadas de farta documentação contábil, com transferência de fortunas para offshores, sobrepreço na compra de sondas ou serviços, por exemplo, os acordos cartelizados, a devolução de milhões seja em acordos de leniência no Brasil e em especial nos Estados Unidos”.

O ex-ministro do Supremo Carlos Velloso afirmou que Fux “simplesmente reconheceu uma evidência”. “Vejo com bons olhos o pensar do presidente ministro Fux”, disse o ex-ministro Marco Aurélio Mello, depois de Velloso. “Tanto avanço: Mensalão e Lava Jato. O retrocesso entristece, considerada a corrupção. Paciência. Estamos irmanados na busca de dias melhores para esta sofrida República. As desigualdades sociais nos envergonham.”

REVISTA OESTE

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