França tem 2º dia de protestos contra reforma da previdência

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Milhares de pessoas, boa parte delas jovens eleitores, foram para ruas de Paris

França vive segundo dia de grandes protestos contra reforma da previdência Foto: EFE/EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON

Neste sábado (21), milhares de pessoas, boa parte delas jovens eleitores do partido de esquerda França Insubmissa (LFI), protestaram, em Paris, na segunda grande manifestação realizada em dois dias contra a reforma da previdência que busca estender a idade mínima da aposentadoria de 62 para 64 anos.

Depois da jornada sindical de mobilização da quinta-feira (19), que incluiu uma greve apoiada por grande parte do setor público, uma dezena de organizações estudantis e as juventudes de alguns partidos de esquerda organizaram “A marcha pela nossa aposentadoria”.

Da Praça da Bastilha à Praça da Nação, milhares de pessoas manifestaram seu repúdio à reforma promovida pelo presidente Emmanuel Macron, que justifica o aumento da idade da aposentadoria como medida para corrigir o déficit da previdência social em um país cada vez mais envelhecido (21% dos franceses têm 65 anos ou mais).

Este protesto, promovido pelo LFI (partido com a terceira maior representação parlamentar na França), de Jean Luc Mélenchon, ocorre dois dias antes de o Conselho de Ministros francês aprovar o projeto de lei, que então deverá ser discutido na Assembleia francesa, onde o partido de Macron – sem maioria absoluta – conta, em princípio, com o apoio da centro-direita para aprová-lo.

O objetivo é aumentar a pressão social e conseguir algo semelhante ao que aconteceu em 1995, quando um projeto de reforma da previdência do presidente conservador Jacques Chirac foi retirado devido ao descontentamento demonstrado nas ruas, apesar da maioria absoluta do governo no Parlamento.

Além de aumentar a idade mínima de aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030, a proposta contempla antecipar para 2027 o aumento de 42 para 43 anos de contribuição para usufruir da aposentadoria integral (até agora prevista para 2035).

O governo insiste que sua proposta leva em conta quem começou a trabalhar antes dos 20 anos e também quem por motivos médicos tenha de se aposentar antes dos 64 anos.

Por isso, garante que 40% dos futuros pensionistas poderão se aposentar antes dos 64 anos.

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