Flávio Dino manda PF investigar acordos da Lava Jato; Moro reage

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Decisão ocorre após uma reportagem do UOL; o ex-procurador Deltan Dallagnol também se pronunciou

Ministro da Justiça, Flávio Dino e senador Sergio Moro Foto: Lula Marques/ Agência Brasil e Jefferson Rudy/Agência Senado

Nesta segunda-feira (24), o ministro da Justiça, Flávio Dino, solicitou que a Polícia Federal (PF) investigue acordos realizados entre os ex-procuradores da Operação Lava Jato e autoridades norte-americanas. Dino tomou a decisão de investigar o caso após uma reportagem do UOL publicada na última quinta (20).

– Encaminhei hoje à Polícia Federal o caso dos acordos feitos por procuradores com outros países, sem o procedimento legal. O objetivo é a investigação sobre a origem e o destino de bilhões de reais e os motivos que levaram a tais acordos com autoridades estrangeiras – escreveu o ministro, em sua rede social.

De acordo com o veículo, procuradores da Lava Jato negociaram, em sigilo, a divisão do dinheiro cobrado da Petrobras em multas e penalidades por causa da corrupção. Além disso, não deixaram a Controladoria-Geral da União (CGU) ciente dos acordos.

SERGIO MORO SE PRONUNCIA
O ex-juiz da Lava Jato, senador Sergio Moro (União Brasil-PR), considerou a operação “uma vergonha”. O parlamentar ressaltou que o caso em questão foi “aprovado na época” pelo órgão máximo de deliberação do Ministério Público Federal, o Conselho Superior do MPF.

– Ministro da Justiça pede a PF a instauração de inquérito com base em “prova” ilícita. Uma vergonha. Estado de Direito jogado pela janela. Nem vou discutir o mérito do acordo, aliás aprovado na época pelo Conselho Superior do MPF e elogiado internacionalmente – escreveu Sergio Moro, também em sua rede social.

DELTAN DALLAGNOL
Antes de Sergio Moro, o ex-deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) usou as suas redes sociais, na última quinta (20), para emitir uma declaração oficial, após a veiculação da matéria.

O ex-procurador da Lava Jato afirmou que faltou apuração e contexto dos fatos por parte dos jornalistas que escreveram a reportagem baseada em mensagens roubadas por hackers na chamada Vaza Jato.

Ele também disse que os procuradores da Lava Jato não reconhecem as mensagens que foram obtidas de forma ilegal e, portanto, não têm autenticidade.

Dallagnol ainda esclareceu:

– O acordo entre MPF e Petrobras teve por objeto direitos difusos, o que, de modo contrário ao que supõe o jornalista, é de atribuição do MPF e não da CGU, o que é mais uma evidência da falta de apuração e contexto com que os jornalistas têm abordado os assuntos tratados nas supostas mensagens.

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