Cláudio Humberto
Suspenso desde a Lava Jato, o financiamento de obras no exterior com recursos do BNDES, que agora o requentado governo Lula pretende adotar, bancando o gasoduto na Argentina, segue a fórmula malandra, turbinada nas primeiras gestões petistas, de transferir para empresas “amigas” montanhas de dinheiro do Tesouro Nacional sem licitação, sem fiscalização e sem controle. Chamada de “exportação de serviços”, a esperteza dribla a norma constitucional de aprovação prévia no Senado.
Carimbo ‘secreto’
O esquema iniciava em acordo do Brasil com o país beneficiado para “exportar serviços”. O acordo, claro, logo recebia a chancela: “secreto”.
Como faca no queijo
O BNDES não transfere o dinheiro para o país onde se realiza a obra e sim à empreiteira. No Brasil e em reais. Facinho assim, sem licitação.
Bye, bye, Brasil
Só em 2012, US$2,17 bilhões do BNDES foram pagos a empreiteiras brasileiras nesse esquema. Em 2013, até setembro, US$1,37 bilhão.
Dinheiro pelo ladrão
O BNDES vai dar “adeus” aos R$3,5 bilhões a serem gastos no gasoduto na Argentina, assim como no Porto Mariel, em Cuba, de valor idêntico.
Conselho de Ética desperta interesse do Governo
Até pela inatividade do Conselho de Ética do Senado, o Planalto pouco ligava para a comissão, que geralmente não leva nada adiante. A chance de limar Marcos do Val (Pode-ES), mudou a visão do governo, que agora vê a oportunidade de ter o colegiado como ferramenta para enfraquecer a oposição. Na distribuição das comissões, o conselho deve parar nas mãos do União Brasil, mas a instalação fica para depois do Carnaval.
Casa de ex
O União Brasil vai indicar ex-bolsonaristas para o conselho: Jayme Campos (MT) e Davi Alcolumbre (AP). Agora, lulistas de carteirinha.
Frente lulista
Otto Alencar (PSD-BA), que iniciou a fritura de Do Val, também é cotado. No PT, o indicado deve ser Humberto Costa (PE).
Destino indefinido
Apesar do frenesi para cassar Do Val, o governo ainda não definiu quem vai apresentar o pedido. Na oposição, ninguém quer assumir a defesa.
Câmeras e flashs
No Planalto já se fala em “releitura da CPI da Covid”. Omar Aziz (PSD-AM), que presidiu a midiática comissão, também deve estar no Conselho de Ética, com o ‘gerente’ do Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Talento de legislador
Empenhado em “regular” as redes sociais, por meio de projeto a ser enviado ao Congresso, o ministro Alexandre de Moraes pode acabar revelando seus talentos de legislador. Deveria disputar mandato.
Para ‘discutir o Brasil’
O jantar para os convidados do evento da Lide, do ex-governador de São Paulo João Doria, em Lisboa, foi “nababesco”, segundo um dos presentes. A mesa para mais de 140 convidados na Adega de Colares, regada a (muito) vinho ‘nacional’, teve até palhinha de Fafá de Belém.
Novo chefe
O ministro Carlos Lupi (Previdência) se afastou do comando do PDT e passou o comando (e o caixa) do partido para André Figueiredo (CE). Os irmãos Ciro e Cid Gomes não apareceram na posse do deputado.
Fim da encrenca
A escolha da deputada Maria Arraes (SD-PE) como vice-líder do governo é uma tentativa de Lula de reatar com a família. Marília Arraes não se dá com membros do antigo partido, como o senador Humberto Costa.
Cabeças semelhantes
A defesa de Alexandre de Moraes de equiparar, nos olhos da Lei, empresas de tecnologia a imprensa tradicionais tem respaldo do ex-presidente dos EUA Donald Trump, que considerou medida semelhante.
Turma do ‘todes’
No quesito patrulha, a militância esquerdista não perdoa nem Lula. O petista virou alvo de críticas por usar “índio”, e não “indígena”, e “opção sexual” em vez de “orientação sexual”. Novilíngua não é novidade.
Rolo compressor
Além de ser acusado de distribuir benesses para reverter votos, o Planalto escalou ministros para pressionarem presencialmente os senadores a reelegerem Pacheco, mesmo os que não têm mandato.
Pensando bem…
…em breve nem o Mensalão vai ter existido.
DIÁRIO DO PODER – COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO