Davi Soares
O relator especial para liberdade de expressão da Organização dos Estados Americanos (OEA), Pedro Vaca Villarreal, recebeu da filha de Cleriston Pereira da Cunha, Luíza Cunha, a denúncia de que seu pai foi torturado e morreu na Penitenciária da Papuda, em Brasília. Ao encontrar o integrante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), ontem (11), Luíza denunciou que a morte de seu pai, conhecido como “Clezão”, ocorreu após o empresário ficar preso injustamente, mesmo doente, tratado como criminoso pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por suspeita de envolvimento nos ataques de 08 de Janeiro de 2023 aos Três Poderes da República.
Luíza Cunha e sua família atribui a tortura ao ministro Alexandre de Moraes, acusado de ignorar laudos médicos e recomendações para soltura de Clezão, que tinha atestado condições delicadas de sua saúde, enquanto estava preso na Papuda, onde morreu no dia 20 de novembro de 2023. Depois de o ministro também ignorar parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) favorável à libertação de Clezão, o empresário teve um mal súbito durante o banho de sol na penitenciária e não resistiu às tentativas de reanimação feitas por equipes dos Bombeiros e da Samu.
“Meu pai foi morto injustamente e torturado na cadeia”, disse Luiza a Villarreal, em espanhol. “Meu pai não é criminoso. É um homem íntegro, bondoso e exemplo de brasileiro. Minha família não merece isso. Estamos [sendo] torturados até hoje. Não é fácil viver isso no Brasil. Por favor, nos ajude”, disse Luiza Cunha, ao pedir que a CIDH da OEA investigue o caso.
Pedro Vaca demonstrou condolências à filha de Clezão, durante a visita de sua comitiva da CIDH a Brasília, com a missão de avaliar a situação da liberdade de expressão no Brasil. A família do empresário afirma que ele não participou do ataque de 8 de Janeiro, mas teve que entrar no Congresso Nacional para se proteger de bombas lançadas por forças de segurança para afastar a multidão da sede do Legislativo.
DIÁRIO DO PODER