OPERAÇÃO FAROESTE
A Polícia Civil está investigando o envolvimento de um empresário e de um homem identificado como grileiro no assassinato do fazendeiro Paulo Ribas Grendene, em Barreiras, no mês passado. Relatório sigiloso da polícia inclui o nome dos dois e também de um terceiro personagem na lista de possíveis mandantes do crime. Os três estariam no centro das disputas por terras investigadas na Operação Faroeste por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que já prendeu juízes e desembargadores na Bahia.
Em Barreiras, a polícia prendeu seis policiais e empresários suspeitos de envolvimento na morte de Grendene. Um sexto suspeito foi preso no domingo. Entre os presos estão também dois empresários apontados como mandantes do assassinato. Grendene foi morto a tiros por um bando formado por pelo menos quatro policiais militares fora de serviço na noite de 14 de junho. O crime ocorreu um dia depois de seguranças de uma propriedade de Grendene terem trocado tiros com seguranças ligados a um dos investigados.
Em novembro do ano passado, um grupo de homens armados já havia tentado expulsar Grendene de duas outras propriedades em Formosa do Rio Preto. “Vocês vão sair por bem ou por mal” ameaçou o que seria o cabeça do grupo, segundo relato de Grendene à polícia local, no mesmo dia do incidente. A abordagem envolveu 20 homens armados, entre eles policiais militares, que teriam cercado Grendene e quatro vigilantes. O caso foi levado à Corregedoria da PM, mas até o momento não está claro se houve ou não investigação sobre as denúncias do fazendeiro.
A Operação Faroeste apura se o falso cônsul da Guiné Bissau Adailton Maturino tentou, sem sucesso, se apropriar de uma área de 366 mil hectares de terras no Oeste da Bahia por meio de, entre outros expedientes, envolvimento de magistrados e compra de decisões judiciais. Além da proximidade com membros da Polícia Civil da Bahia, alguns investigados são apontados como financiadores do esquema de apropriação indevida de terras e como aliados do falso cônsul.
O esquema começou a ser desbaratado pela Operação Faroeste, conduzida pela subprocuradora-geral da República, Lindora Araújo, considerada uma das mais atuantes e duras A operação, que já resultou em acusações contra 12 desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia e contra 12 juízes por venda de decisões judiciais, é uma das maiores investigações criminais em curso no país.
Fonte:Política Livre
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