OPERAÇÃO FAROESTE
A situação do juiz Sérgio Humberto de Quadros Sampaio se agravou após a prisão do empresário Luiz São Tadeu, realizada no último dia 17 de junho. O juiz está preso desde novembro de 2019, quando foi deflagrada a Operação Faroeste, para acabar com um esquema de corrupção no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Na noite desta terça-feira (29), o Ministério Público Federal (MPF) pediu a manutenção da prisão de seis réus ao Superior Tribunal de Justiça (STJ): desembargadora Maria do Socorro Santiago, Adailton e Geciane Maturino, Antônio Roque, Márcio Duarte e o juiz Sérgio Humberto.
Segundo a subprocuradora da República, Lindôra Araújo, “melhor sorte não resta à situação prisional de Sérgio Humberto”, e a manutenção da prisão do magistrado é necessária para garantir a ordem pública e a colheita de provas. O juiz é acusado de desconsiderar decisões do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em uma disputa de mais de 300 hectares de terras no oeste baiano. Em troca, o juiz receberia vantagens indevidas.
O empresário Luiz São Tadeu foi preso após a realização de uma operação controlada a partir da ação de um delator oriundo da advocacia. De acordo com as investigações, o empresário cobrou o pagamento de sacas de soja para beneficiar o juiz, mesmo estando preso. Outro fator citado pelo Ministério Público Federal foi a “certeza da impunidade” que o magistrado teria por manter em sua cela, na Sala de Estado-Maior, um “arsenal” de aparelhos eletrônicos, como carregadores, pen drives, HD externo, modem 4g e fones de ouvido de celulares. O juiz está custodiado junto com o advogado Márcio Duarte e com o servidor Antônio Roque, também presos na Operação Faroeste.
Materiais apreendidos na cela Cláudio Humberto