Faroeste: Coronel teria recebido avião como pagamento de propina, diz desembargadora do TJ

Operação Faroeste

OPERAÇÃO FAROESTE

Foto: Reprodução Instagram

 

O senador Ângelo Coronel foi citado na delação da desembargadora afastada do Tribunal de Justiça da Bahia, Sandra Inês.

Homologada pelo Superior Tribunal de Justiça e obtida pelo Vnoticias, a delação de Sandra Inês acusa o senador de ter recebido um avião como pagamento  de propina  por promover o acordo entre produtores rurais do oeste baiano que serviu de ponto de partida para a Operação Faroeste.

Na época presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Coronel promoveu, em abril de 2017, reuniões entre as partes envolvidas no conflito – cerca de 400 produtores que alegavam trabalhar na região havia mais de 30 anos e o borracheiro José Valter Dias, um dos denunciados pela Procuradoria Geral da República, que reivindicava a posse de uma fazenda de mais de 366 mil hectares.

O acordo teria beneficiado a organização criminosa – a qual o ex-secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa também participava – em R$ 600 milhões de reais.

“Imperioso destacar a participação do importantíssimo elemento político, o então Deputado Estadual e Presidente da ALBA, ANGELO MÁRIO CORONEL DE AZEVEDO MARTINS, que conduziu, sob o mesmo “pretexto” dos demais – em clara união de desígnios e dolo certificado, pois -, o acordo que gerou, segundo as investigações, um resultado à ORCRIM na casa de R$ 600.000,000,00 (seiscentos milhões de reais), mediante coação aos produtores rurais que perderam a propriedade e a posse de suas terras, de forma ilegal, pela organização criminosa, que contou de forma decisiva com agentes, previamente designados para convalidar judicialmente a pretensão espúria e reprovável do grupo”, diz parte do acordo.

“À época dos fatos, comentou-se abertamente no TJBA que ANGELO CORONEL tinha recebido uma aeronave como pagamento pela sua atuação, fato não muito difícil de provar, pois as compras de aeronaves constam do cadastro e não são de grande númer podendo nesse sentido, inclusive, saber-se a origem do pagamento pela aquisição. Noticiou-se, à época, como se observa das matérias anexadas, o referido Deputado confessando ter sido o mentor do acordo – realizado poucos dias após o esquema ter sido posto em prática, frise-se – que “devolveu a propriedade das terras a JOSÉ VALTER DIAS”. Numa simples leitura de todo o cipoal probatório constante das ações penais já intentadas contra os membros da ORCRIM, percebe-se claramente que as decisões judiciais beneficiando JOSÉ VALTER DIAS foram obtidas de forma criminosa, tornando-o possuidor e proprietário da área usurpada dos agricultores, mediante um esquema complexo composto de vários integrantes, inclusive e sobretudo do judiciário. O “pretexto” utilizado por todos, inclusive pelo Deputado e pelo Secretário de Segurança Pública referidos, nada mais era do que uma falácia que se alicerçava em um esquema montado pela ORCRIM, cujo objetivo era proveito econômico bilionário favorecendo o grupo chefiado pelo Réu ADAILTON MATURINO DOS SANTOS”, completa a delação.

vnotícias

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