Cláudio Humberto
A gorda folha salarial da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) bancou, em janeiro, o salário de R$131.024,44 para o superintendente Andre Ricardo B. Vanderlei. Mesmo sem os penduricalhos que engordam o salário, o vencimento básico de R$60,9 mil do engenheiro eletricista é distante da realidade dos brasileiros. Coisas como “benefícios” (R$1,7 mil), “funções” (R$9,3 mil) e “outros recebimentos” (R$59 mil) turbinam o salário de fazer inveja a marajá.
Águas da fortuna
A Sabesp, 3ª no ranking global de empresas de saneamento, paga entre R$16mil e R$89 mil a seus superintendentes. A Caesb está em 360º.
Números mágicos
O segundo maior salário bruto na Caesb foi de R$94,2 mil e pagou mais de R$ 40mil ao menos para 38 funcionários, na folha de janeiro.
Marajás
A Caesb fechou 2002 pagando R$385,5 milhões em salários. O valor é superior, por exemplo, ao da Polícia Militar do DF: R$280,8 milhões.
Com a palavra
A Caesb culpa verbas trabalhistas decorrentes de ações judiciais e jura que somam vencimento básico, gratificações por função e titulação.
Atraso do novo Caged sugere perda de idoneidade
Especialistas e parlamentares de oposição levantam suspeitas sobre a idoneidade do chamado “novo” Caged, do Ministério do Trabalho. Caged é o que dá sentido a existência da pasta e mostra o número de carteiras assinadas, indicando a geração de empregos a cada mês. As suspeitas de manipulação começaram a surgir com o atraso dos dados de janeiro, que, previstos para 9 de fevereiro, só foram saíram em março.
Ficou no 0 a 0
Apesar de fevereiro ter registrado alta de 0,8%, o resultado foi “anulado” pelo índice aferido em queda, na mesma proporção, em janeiro.
O caranguejo de Lula
O Caged, com divulgação atrasada, é usado para “celebrar” suposta geração de emprego. Mas, para a FGV, a economia “anda de lado”.
Ladeira abaixo
Os índices que derrubaram o marcador mostram o pessimismo do patrão: se referem a negócios e empregos futuros. Caiu 0,7 e 0,1 ponto.
CPI contra fraude
Após muita pressão, o deputado André Fufuca (PP-MA) resolveu gastar sola de sapato e conseguiu reunir assinaturas necessárias para a CPI das Americanas. Passaram do mínimo de 171: Fufuca conseguiu 216.
Terão de rebolar
Na Câmara dos Deputados o governo Lula (PT) não vai ter vida fácil. Não terá maioria na CCJ, por onde passam todos os projetos de lei, e também continua sem maioria (nem mesmo simples) no plenário.
Para sempre
No caso das joias presenteadas pela família real saudita aos Bolsonaro, o antigo titular de Minas e Energia Bento Albuquerque, que foi demitido, mostra que ex-ministro magoado, como ex-mulher, é para sempre.
Impostômetro
O impostômetro bateu a marca dos R$600 bilhões arrecadados. Com esse dinheiro você poderia comprar 863.217 apartamentos de três quartos, mais uma suíte e 2 garagens no centro de Guarulhos.
Outra quebrada
Apesar da promessa de campanha de Lula, o “secretário da reforma tributária” Bernard Appy avisou, na Câmara, que o governo petista vai deixar para o segundo semestre a “reformulação do Imposto de Renda”.
O critério
O Ministério Público da União Junto ao TCU, ligeiro ao pedir investigação pelo caso das joias, poderia dispensar a mesma atenção ao flagrante e recorrente desrespeito à Lei das Estatais.
Na cabeça da Uber
No início de 2016, a marca inglesa Topshop fechou lojas e abandonou o Brasil, após apenas quatro anos de operações no país. Não aguentou a “crise Dilma”, que quase dobrou o desemprego entre 2014 e 2016.
Golpe antes do golpe
Completa 70 anos nesta sexta (10) o golpe promovido em Cuba por Fulgencio Batista, que suspendeu a Constituição e revogou direitos. Sete anos depois seria derrubado por outro golpe, de Fidel Castro.
Pensando bem…
…não é a primeira vez que o plenário da Câmara vê uma peruca.
DIÁRIO DO PODER – COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO