Cláudio Humberto
O Relatório de Benefícios das Empresas Estatais Federais (Rebef) de 2022 revela o quadro das empresas no fim do governo Bolsonaro, e os números impressionam. As 44 estatais empregam 445,97 mil pessoas com benefícios e regalias que somam cerca de R$16 bilhões anuais, que incluem os comuns como alimentação, transporte e saúde, e os nunca sonhados pela maioria dos trabalhadores normais, como babá e cultura, além de planos de saúde que são mantidos mesmo após aposentadoria.
SUS ignorado
Só no plano de saúde de empregados, cônjuges e dependentes são gastos R$8,56 bilhões ao ano, equivalente a mais da metade do total.
E o INSS?
Além dos altos salários, quase todas as estatais têm previdência complementar para empregados e os gastos chegam a R$7,21 bilhões.
Sobrando
Metade das estatais pagam salários iguais ou superiores ao teto, com destaque para a Petrobras, única a passar de R$100 mil (R$103 mil).
A realidade
Já o trabalhador de salário mínimo depende do SUS, se aposentará pelo INSS e jamais terá direito a essas regalias que seus impostos sustentam.
PT já estuda alternativa à reeleição de Pacheco
Há quase um mês tratando da votação da PEC fura-teto, lideranças do PT já perceberam a incapacidade de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) de liderar o Legislativo e começam a estudar alternativas para disputar a Presidência do Senado, cuja eleição será em fevereiro. A gota d’água foi Pacheco ter prometido aprovar a PEC até o fim de novembro e não ter conseguido sequer articular a apresentação da proposta, até agora.
O problema
Se criar atrito com PSD de Pacheco, que tem 11 senadores, o PT pode estar entregando o Senado ao PL, que tem a maior bancada, com 14.
Opções de peso
Se escolher entre os seus, o PT tem opções de senadores com grande tempo de Casa a ex-governadores. Todos mais capazes que Pacheco.
As opções
Nomes como Wellington Dias, Humberto Costa, Paulo Paim e Jaques Wagner agradam, mas o PT tem a 5ª maior bancada e precisa de apoio.
Banqueiros espertos
A presença em evento da Febraban de Fernando Haddad, derrotado para o governo de São Paulo, mas cotado para o Ministério da Fazenda, mostra como banqueiro sabe ser rápido no gatilho, na hora da bajulação.
Barreto no Turismo
É forte a torcida no “trade” de Luiz Barreto no Ministério do Turismo. Ex-presidente do Sebrae de gestão técnica elogiada, na Transição ele chefia a área da qual faz parte, sabe-se lá por que, o deputado Marcelo Freixo.
Amor e ódio
O silêncio do presidente Jair Bolsonaro diante da situação atual não tem sido bem compreendido por seus apoiadores. Alguns porraloucas mais fanáticos já começam a chama-lo de traidor, pelo seu comedimento.
Esqueceu rápido
No grupo de Relações Exteriores da transição, Cristovam Buarque foi demitido com humilhação do MEC no primeiro governo Lula. Jantava em Lisboa com o embaixador Paes de Andrade quando um aspone de Lula ligou comunicando a demissão. Trancou-se no lavabo e caiu no pranto.
Ativismo mala
Noticiário sobre boicote publicitário de fabricantes de veículos ao Twitter insinua “repulsa” a Elon Musk, novo dono da rede social. Omite que são empresas rivais da Tesla, montadora de carros elétricos do empresário.
Luz sobre Bessias
Jorge Messias coordena o grupo de trabalho “Integridade, transparência e controle”, na transição. Poderia começar explicando, em nome da transparência, por que a ex-presidente Dilma o chamava de “Bessias”.
Assiste e não admite
O número de pessoas criticando Copa do Mundo e a Seleção na internet impressiona, mas a verdade é que compras online na véspera da Black Friday caíram 46% antes do jogo e só voltaram a subir perto do apito final, segundo dados de 2.800 grandes varejistas atendidos pela Linx.
Pode contar com ele
O agro não decepciona e bateu novo recorde este ano com exportação de 20 milhões de toneladas de óleo e farelo de soja até outubro. O resultado representa aumento de 28% em relação ao período de 2021.
Pensando bem…
…Neymar torceu o tornozelo, mas causou muito mais dor em outros, dor de cotovelo.
DIÁRIO DO PODER – COUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO