Governador paulista afirmou que o PCC orientou votos em Guilherme Boulos
Tarcísio de Freitas Foto: Sidinei Lopes/Governo do Estado de SP
A federação formada por PT, PCdoB e PV em conjunto com as bancadas do PSOL e da Rede na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) apresentou nesta quarta-feira (30) um pedido de impeachment contra o governador do estado Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O pedido se refere à fala do chefe do Executivo estadual que, no último domingo (27), informou que o PCC teria orientado votos em Guilherme Boulos (PSOL), candidato à Prefeitura de São Paulo que foi derrotado pelo atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Os partidos de esquerda pedem investigação contra Tarcísio acusando-o de crime de responsabilidade.
– O governador utilizou de sua palavra de forma equivocada, criminosa e irresponsável. (…) Se o governo do estado comete um crime como fez no último dia 27, é preciso que essa Casa dê respostas. Nós não podemos passar pano, achar que é normal ou que foi um erro, como o governador já disse – declarou o deputado estadual Paulo Fiorilo (PT), um dos autores do pedido de impeachment.
ENTENDA
Tarcísio disse que o Primeiro Comando da Capital (PCC) orientou seus integrantes a votarem em Boulos no segundo turno das eleições municipais. O governador estava no colégio Miguel de Cervantes, no Morumbi, para votar quando conversou com jornalistas.
– Houve interceptação de conversas, de orientações que eram emanadas de presídios por parte de uma facção criminosa orientando determinadas pessoas, determinadas áreas a votar em determinados candidatos. Houve essa ação de inteligência, houve essa interceptação – falou Tarcísio.
Segundo ele, as mensagens “não tiveram interferência” nas eleições.
Questionado sobre qual candidato a organização orientava em São Paulo, ele respondeu: “Boulos”.
Acusado de fake news, o líder estadual declarou que enviaria ao Ministério Público as supostas cartas que a inteligência de seu governo interceptou. O conteúdo dos bilhetes foi obtido e divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Uma das cartas dizia que a facção não faz acordos com partidos políticos, mas, diante da “situação” que está “vivenciando”, pede apoio à chapa de Boulos e Marta Suplicy (PT) nessas eleições.
A segunda carta reforça a orientação por votos na chapa do psolista e da petista, defendendo tratar-se de algo de “extrema importância”. Também relata que esse foi “o papo que chegou até” eles. Leia as cartas aqui.
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