Embate entre Moraes e Musk repercute na imprensa internacional

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Dono da rede social X, o bilionário decidiu usar a própria plataforma para falar de Moraes neste fim de semana

O bilionário norte-americano e dono da rede social X (ex-Twitter), Elon Musk, disse que funcionários da rede social no Brasil foram informados de que seriam presos.(Reprodução/redes sociais).

Após ameaças  do bilionário Elon Musk, dono da rede social X, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou a abertura de uma investigação contra o empresário. A decisão é no âmbito do inquérito que apura a existência de milícias digitais. O assunto tomou conta das redes sociais neste final de semana e repercutiu também na imprensa internacional. 
Dono da rede social X, o bilionário decidiu usar a própria plataforma para falar de Moraes neste fim de semana. Musk pediu a renúncia do magistrado, contestou a atuação e o chamou de “traidor” do povo e da Constituição brasileira. O jornal francês Le Monde destacou que nos últimos anos, Moraes ordenou a suspensão de contas do ex-Twitter suspeitas de disseminar desinformação. 

“Uma figura judicial divisiva – considerada tirânica por alguns e um fervoroso defensor da democracia por outros (Moraes é um dos 11 membros do Supremo Tribunal Federal do Brasil). Ele também preside o Tribunal Superior Eleitoral do país, conhecido como TSE. Críticos, incluindo agora Musk, afirmam que Moraes faz parte de uma ampla repressão à liberdade de expressão no Brasil”, diz o jornal sobre Moraes.

Já o Washington Post, um dos principais jornais dos Estados Unidos, afirmou que Elon Musk está “desafiando” o juiz brasileiro após as ordens de bloqueio de contas. O jornal lembrou que o Brasil é o quarto maior mercado para o X com quase 20 milhões de usuários, e que o país tem enfrentado dificuldades para conter o rápido aumento da desinformação que tem alimentado a violência. 
A publicação deu destaque a líderes políticos de direita no Brasil que aplaudiram Musk por confrontar Moraes. Entre os citados estão os deputados federais Carlos Jordy e Nikolas Ferreiras, ambos do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. 
Já a britânica BBC colocou em discussão a possibilidade da rede social X ser suspensa no Brasil. O jornal explicou também que acredita-se que os perfil envolvidos estivessem ligados a movimentos de extrema-direita que postaram conteúdo relacionada a “tumultos em 8 de janeiro do ano passado, quando milhares de apoiadores do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, invadiram o Congresso do país, o Supremo Tribunal Federal e o palácio presidencial”
A agência de notícias Reuters chamou Musk de “um autodeclarado absolutista da liberdade de expressão” desafiou uma decisão do ministro Alexandre de Moraes ordenando o bloqueio de certas contas.
Na decisão, Moraes diz ser inaceitável, que “qualquer dos representantes dos provedores de redes sociais e de serviços de mensageria privada, em especial o ex-TWITTER atual “X”, DESCONHECEM A INSTRUMENTALIZAÇÃO CRIMINOSA que vem sendo realizada pelas denominadas milícias digitais, na divulgação, propagação, organização e ampliação de inúmeras práticas ilícitas nas redes sociais, especialmente no gravíssimo atentado ao Estado Democrático de Direito”.
O ministro pede que Musk seja investigado pela “em tese, dolosa instrumentalização criminosa” da rede social. Moraes é relator de inquéritos que apuram a circulação de fake news e de ataques a urnas eletrônicas e ao sistema democrático do país em plataformas digitais, como o X.
Entre essas contas estão as do blogueiro Allan dos Santos, do empresário Luciano Hang, do ex-deputado cassado Daniel Silveira, do jornalista Oswaldo Eustáquio, do ex-deputado Roberto Jefferson, entre outros. Eles são acusados de “propagar ideias antidemocráticas que atentam contra o Estado democrático brasileiro”. Eles negam as acusações.
A conta dos citados acima continuam desativadas no , apesar das declarações de Musk. Em uma publicação em sua conta institucional, a X Corp. afirmou ter sido “forçada por decisões judiciais a bloquear determinadas contas populares no Brasil. Informamos a essas contas que tomamos tais medidas”. A empresa não citou quais são essas decisões judiciais, nem quando elas foram proferidas.

DIÁRIO DO PODER

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