Indicado de Lula toma posse no STF no dia 22 de fevereiro
Flávio Dino foi indicado ao STF pelo presidente Lula Foto: EFE/Andre Borges
O jornal O Estado de São Paulo faz uma crítica à indicação de Flávio Dino como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em editorial publicado nesta sexta-feira (9). O veículo dispara que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não indicou seu “companheiro” por seu “relativamente desconhecido saber jurídico”, e sim por seu “notório saber político”.
– Lula não disfarçou seu desejo de consolidar a Corte como fiadora do Executivo e plenário de “terceiro turno” do Legislativo, confessando seu “sonho antigo” de instalar nela alguém com “cabeça política” – diz o texto intitulado Notória Ignorância Ética.
O editorial aponta que, após ser aprovado pelo Senado, o ex-ministro de Lula deveria se ater ao seu novo oficio, o que o texto chama de “confeccionar o figurino judiciário”. No entanto, ele “decidiu aferrar-se até o último minuto à caneta de ministro da Justiça”.
– Mal passou o bastão ao sucessor, o ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski, resolveu fazer um “pit stop” no Senado para propor “projetos”, algo que poderia ser feito por sua suplente – diz o periódico.
O texto também faz uma retrospectiva da atuação de Flávio Dino no Ministério da Justiça ao longo do ano de 2023 citando, por exemplo, a “Operação de Garantia da Lei e da Ordem” e seu “Programa de Enfrentamento às Organizações Criminosas”. Tais ações foram classificadas como “resultados ineficazes”, que não passam de projetos de populismo, em vez de tocar a causa dos problemas.
O editorial continua sua crítica assinalando que Dino “saracoteia” pelos Três Poderes, já que seu ego “não cabe num só”.
– (…) Como se seu ego não coubesse num só Poder, Dino saracoteia pelos três, ostentando a um tempo seu saber político e sua ignorância ética.
E finaliza:
– Num momento de tensionamento institucional e insatisfação da sociedade com a politização da Corte e com o protagonismo individual e a falta de exemplaridade de seus integrantes, o ideal seria um novo ministro discreto, técnico, rigorosamente avesso às disputas partidárias e ao exibicionismo das mídias sociais.
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