A entrevista de cinco horas com acompanhamento ao vivo de mais de meio milhão de pessoas, causou inúmeras consequências, tanto no lado da direita quando na esquerda. Em todo meu fazer jornalístico, no decorrer de mais de trinta anos de atividade no ramo, não me lembro de nada similar.
Primeiro porque costuma se estabelecer um tempo padrão para cada entrevista e reza na cartinha não escrita que tudo tende a ocorrer no limite máximo de trinta minutos. Tudo depende da conjuntura do programa, como por exemplo, o Roda Viva onde vários entrevistadores são convidados e, naturalmente, esse tempo se estende. Todavia, jamais por cinco horas.
Embora o lado da teimosia não admita, ficou evidente que o Mito é interessante, tem assunto, tem proposta e tem serviço prestado. Entre esse meio milhão de pessoas acredito, sem sombra de dúvida, que pelo menos nove dos ministros iluminados e ungidos, acompanharam do começo ao fim a entrevista. Para os que sabem escrever um bloquinho de anotações com tudo que pode ser disparado contra o presidente, estava sempre à mão.
Digno de nota é que embora famoso e consagrado, o entrevistador não detinha muito conhecimento, não aproveitou as “deixas”, que qualquer profissional do ramo teria a oportunidade de apertar e colocar o entrevistador no muro. Não iria conseguir, mas pelo menos tentaria. Isso faz parte do jogo.
Então, alguém comentou até que o Igor poderá se transformar em eleitor de Bolsonaro a exemplo de muitos, “Terceira Via” que acompanharam a entrevista e deixaram de lado o sua covarde omissão.
O reflexo maior disso tudo é que política se tornou interessante, que o novo despertar para o patriotismo, voltou a nos orgulhar sem que necessariamente aconteça apenas nos embates esportivos. Estamos nos politizando e voltando nosso interesse para o futuro do Brasil. E, creiam, só existe um caminho!
Guto de Paula
Redator da Central São Francisco de Comunicação
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