OPERAÇÃO FAROESTE
por Cláudia Cardozo / Mauricio Leiro
Foto: Divulgação
A então procuradora-geral de Justiça do Estado da Bahia, Ediene Lousado, teria “blindado” a desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago em um contrato fraudulento entre o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e uma empresa do “quase-cônsul” da Guiné Bissau, Adailton Maturino, preso na Operação Faroeste. A informação consta no relatório de análise material feito pela Polícia Federal durante a operação, obtido pelo Bahia Notícias.
A PF apontou que a “proatividade da PGJ em arquivar a representação que implicava a presidente do Tribunal de Justiça em fraudes licitatórias na instituição, suscita uma blindagem à magistrada, em função de interesse pessoal de Ediene em sua campanha à recondução ao cargo”. Lousado foi chefe do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) entre 2016 e 2020 e Socorro era presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) na época.
“Frise-se que sequer solicitou providências acerca de verificar a veracidade das informações constantes no documento, preocupando-se apenas em extinguir/travar o procedimento e garantir apoio”, aponta trecho.
Adailton, a esposa e outros familiares foram sócios da empresa Radar Tecnologia e Gestão de Pessoal Ltda, que ganhou uma licitação milionária para oferecer serviço de motoristas para servidores e magistrados. A licitação foi aberta em julho de 2018, logo após o TJ-BA arrematar a compra de carros de luxo para desembargadores.
O contrato, de R$ 19,3 milhões, foi assinado pelo então presidente do TJ-BA, desembargador Gesivaldo Britto, no dia 25 de janeiro de 2019, com duração de 12 meses. O valor mensal para prestação do serviço era de R$ 1,6 milhão ao mês. Em junho do mesmo ano, o TJ fez um aditivo no contrato com a Radar para elevar o valor para R$ 19,4 milhões.
BAHIA NOTÍCIAS
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