Domingos Brazão ganha direito a 360 dias de férias do TCE-RJ

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Conselheiro foi alvo de delação do PM reformado Ronnie Lessa como sendo o mandante da morte de Marielle Franco

Domingos Brazão Foto: Ruano Carneiro/ Alerj

Citado pelo policial militar reformado Ronnie Lessa como sendo o mandante da morte da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes, em 2018, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão recebeu o direito de tirar 360 dias de férias. Além dele, o benefício também foi concedido ao conselheiro José Maurício Nolasco.

De acordo com o site Metrópoles, o direito de ambos tirarem o tempo de férias também pode ser convertido em dinheiro. O período em questão é correspondente ao intervalo entre os anos de 2017 e 2022, quando nenhum dos dois desfrutou do benefício, porque estavam afastados do cargo por suspeita de fraude e corrupção.

Brazão e Nolasco foram presos temporariamente em 2017, no âmbito da Operação Quinto do Ouro. A ação em questão foi um desdobramento da Operação Lava Jato e investigava justamente o pagamento de propinas a conselheiros do Tribunal de Contas do Rio. O Metrópoles disse ter feito contato com os dois conselheiros pelo e-mail informado no portal do Tribunal de Contas, mas não houve resposta.

DELAÇÃO DE RONNIE LESSA
Em delação premiada, o policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de executar a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e seu motorista Anderson Gomes, apontou quem seria um dos mandantes do crime. De acordo com ele, trata-se do Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). As informações foram divulgadas pelo The Intercept Brasil.

Segundo o veículo, a principal hipótese que motivou Domingos a encomendar a morte seria uma vingança contra o ex-deputado estadual do PSOL, Marcelo Freixo, que atualmente comanda a Embratur e é filiado ao Partido dos Trabalhadores. Domingos e Freixo teriam enfrentado embates políticos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, anos atrás.

Freixo trabalhou ao lado de Marielle durante dez anos e presidiu a CPI das Milícias em 2008, cujo relatório final citou Brazão como um dos políticos liberados para fazer campanha em Rio das Pedras.

Procurado pelo The Intercept, o advogado de Domingos, Márcio Palma, afirmou que não está ciente dessa informação e que tudo o que sabe até então veio pela imprensa. Ele afirma que não tem acesso aos autos porque seu cliente não era investigado.

Ronnie Lessa está preso desde 2019, tendo sido condenado em 2021 por se livrar de provas sobre o caso. Sua delação ainda precisa passar por homologação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), pois Domingos possui foro privilegiado devido ao seu cargo no Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.

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