Discussão sobre PEC dos Benefícios tem bate-boca entre deputados

A JUSTIÇA COMO ELA É.
Celina Leão discute com deputados do PT durante sessão sobre PEC dos Benefícios

Celina Leão discute com deputados do PT durante sessão sobre PEC dos Benefícios | Foto: Reprodução/TV Câmara

Uma sessão especial da Câmara dos Deputados que debate a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Benefícios acabou em discussão na noite da terça-feira 5. O embate entre parlamentares aconteceu no momento em que Danilo Forte (União-CE) tentava ler relatório, para viabilizar a votação na próxima quinta-feira.

O relator Danilo Forte acabou fazendo uma leitura apressada do documento, enquanto deputados favoráveis e contrários à PEC trocavam acusações, com dedos em riste, tapa na mesa e diálogo em volume alto. Houve tentativa de desligamento de microfones.

Celina Leão (PP-DF), presidente do colegiado, se exaltou com deputados de oposição que tentaram impedir a leitura do relatório: Bohn Gass (PT-RS), Reginaldo Lopes (PT-MG) e Alencar Santana (PT-SP). A reclamação era que ainda havia alguns líderes inscritos para falar.

Quando a confusão acabou, Celina Leão se desculpou pela exaltação e criticou a postura dos deputados de oposição.

Nesta quarta-feira, a deputada do Distrito Federal compartilhou o vídeo do momento da confusão e publicou um desabafo nas redes sociais.

“Será que os deputados teriam a mesma atitude se tivesse um homem no meu lugar? Era para ser mais uma postagem de uma ótima notícia para todos os brasileiros, entretanto a esquerda demonstra mais uma vez a sua falta de respeito, principalmente às mulheres”, afirmou a deputada.

Em nota, a Secretaria da Mulher da Câmara condenou a confusão e prestou solidariedade à deputada Celina Leão.

“Preocupa que se mantenham, nesta Casa Legislativa, posturas agressivas em relação às deputadas, caracterizadas por comportamentos machistas e de desrespeito à mulher, principalmente vindas de lideranças partidárias, como foi o caso do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) que, durante a reunião, tentou impedir o trabalho da presidência batendo à mesa.”

PEC dos Benefícios e investigação do TCU

Em tramitação, a PEC dos Benefícios prevê o reconhecimento do estado de emergência e um pacote de R$ 41,25 bilhões em auxílios fora do teto de gastos, a três meses das eleições.

O texto cria um auxílio de R$ 1 mil a caminhoneiros e um auxílio, ainda sem valor definido, a taxistas. O projeto também amplia o Auxílio Brasil para R$ 600 mensais e o vale-gás para cerca de R$ 120 a cada dois meses. As medidas seriam válidas até 31 de dezembro deste ano.

O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu abrir apuração sobre a proposta. O impacto da PEC nos cofres públicos pode chegar a R$ 41,2 bilhões. O pedido de investigação foi solicitado pelo Ministério Público. Para o procurador Lucas Furtado, a criação de um estado de emergência, é um “subterfúgio” para o governo impulsionar programas sociais e se “esquivar das amarras da lei eleitoral”.

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