Dia do Descobrimento já foi 3 de maio; saiba mais sobre a data comemorativa

CURIOSIDADES

Dia do Descobrimento já foi 3 de maio; saiba mais sobre a data comemorativa

                                         Pintura de Oscar Pereira da Silva – Acervo do Museu Paulista da USP

“Em que dia o Brasil foi descoberto?” Até 1817, a resposta correta era 3 de maio. A data foi estabelecida no período colonial pelo historiador português Gaspar Correia (1495-1561).
 

De acordo com historiadores, Correia chegou a essa conclusão baseado no nome que as novas terras receberam. Como elas foram batizadas de Ilha de Vera Cruz e Terra de Santa Cruz, provavelmente seria uma homenagem ao Dia da Santa Cruz, celebrado em 3 de maio.
 

Por três séculos, essa foi a data da descoberta do Brasil. Tudo mudou, porém, com a vinda da família real ao país, em 1808. Junto com a corte veio uma cópia daquela que é considerada a “certidão de nascimento” do país: a carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral.
 

O relato de Caminha foi descoberto pelo padre Aires de Casal, que o publicou pela primeira vez em 1817. Tudo indica que, até então, o documento permaneceu ignorado desde a viagem de Cabral. Nele, o escrivão narra a vista de terras no dia 22 de abril de 1500. A partir daí a data se impôs como o dia do descobrimento.
 

O 3 de maio, entretanto, foi adotado como feriado nacional pelo governo logo após a Proclamação da República (1889). Na lista de datas comemorativas, criada em 1890, lá estava ele, ao lado de algumas novidades, como o Dia de Tiradentes. Como o governo não deu explicações, a imprensa cogitou que a data fora estabelecida para não ficar próxima do feriado em celebração do mártir da Inconfidência Mineira.
 

A justificativa oficial veio apenas em 1893, com a publicação do livro “Festas Nacionaes”, de Rodrigo Octavio. Segundo o autor, a divergência na data ocorreu por causa da correção no calendário feita pelo papa Gregório XIII (1502-1585).
 

O feriado do Descobrimento foi extinto por Getúlio Vargas em 1930. No decreto, ele afirmava que, em “vantagem do trabalho nacional”, era preciso reduzir os dias de folga e manter apenas os que sensibilizam mais profundamente a consciência coletiva.

FOLHAPRESS

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