Dia das Mães foi o dia mais violento de 2022 na RMS; data marcou morte de policiais

Violência em Salvador (BA)

Dia das Mães foi o dia mais violento de 2022 na RMS; data marcou morte de policiais

                                   Foto: Agência Brasil

Marcado pela morte de dois policiais militares, o último domingo – 8 de maio, Dia das Mães – foi o dia mais violento do ano em Salvador e Região Metropolitana da capital (RMS). Segundo boletim emitido pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) com as principais ocorrências policiais, 12 óbitos foram registrados no dia, além de outras três ocorrências tentadas contra a vida. E o número de vítimas pode ser ainda maior, já que a ferramenta não contabiliza mortes violentas ocasionadas por confronto policial.

Em Salvador as ocorrências foram registradas em Cajazeiras X (2), Pernambués (1), Parque São Cristovão (1), Água Claras (1), Fazenda Grande I (1) e Jardim Nova Esperança (2). Já na RMS, os registros foram em Lauro de Freitas (1) e Camaçari (3).

Apesar de ter sido o dia mais violento de 2022, o boletim de óbitos só foi acessado pelo Bahia Notícias nesta quinta-feira (12), já que o serviço estava indisponível no site da SSP-BA desde o início da semana. No início do mês de abril, situação semelhante ocorreu, quando o boletim apresentou falha e ficou pelo menos quatro dias sem registrar crimes. À época, a pasta informou que o link apresentou problema técnico e equipes atuaram para corrigir a ferramenta.

Nesta quinta-feira (11) a SSP foi novamente procurada pelo Bahia Notícias para informar mais detalhes sobre a instabilidade recente. A pasta apontou que um problema de rede já foi solucionado pelas equipes de Tecnologia da Informação e que nenhum crime deixou de ser registrado no Boletim.

A SSP ainda reforçou que as polícias Militar, Civil e Técnica, além do Corpo de Bombeiros, têm trabalhado incessantemente, alcançando, entre janeiro e o início de maio de 2022, reduções de 72% dos roubos a bancos, de 12,4% dos homicídios, de 20,6% dos feminicídios e de 37% dos roubos a ônibus.

POLICIAIS MORTOS
Os dois militares mortos em Cajazeiras no domingo (8) não estavam em serviço e voltavam do velório de um colega, o soldado Menezes, morto um dia antes em Águas Claras. As vítimas foram identificas como Victor Vieira Cruz e Shanderson Lopes Ferreira. Os policiais chegaram a receber os primeiros socorros ainda no local por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e depois encaminhados para o Hospital Municipal, mas não resistiram.

No dia anterior, 7 de maio, o policial militar Alexandre Menezes, de 30 anos de idade, foi assassinado enquanto fazia rondas no bairro de Águas Claras, na periferia de Salvador, pelo Pelotão de Emprego Tático Operacional (Peto) da 3ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM Cajazeiras). Conforme informações da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), a viatura em que Alexandre estava se encontrava na Rua Ulisses Guimarães, em Águas Claras, por volta das 22h, quando os policiais foram surpreendidos por disparos de armas de fogo.

Alexandre foi atingido pelos tiros, chegou a ser socorrido por seus colegas policiais até o Hospital Eládio Lassére, também em Águas Claras, mas não resistiu aos ferimentos e acabou falecendo. O soldado Danilo Souza também chegou a ser alvejado por uma bala, mas apenas de raspão na orelha.

Em meio à alta da violência na Bahia, em especial em Salvador, o governador Rui Costa (PT) comentou as mortes dos três policiais militares durante o final de semana e apontou o aumento de armas pesadas no Brasil como principal ponto para as fatalidades. Em conversa com a imprensa durante a semana, o gestor estadual ainda afirmou que autorizou o uso de força máxima das unidades especializadas da segurança pública e citou o sistema judicial ao pedir que a legislação “não facilite a soltura” de marginais.

“Primeiro eu quero prestar minha absoluta solidariedade, sentimentos às famílias dos policiais. Segundo, desde ontem [domingo] determinei ao comandante Coutinho o uso de força máxima de todas as especializadas nossas, inclusive com uso de helicóptero para que possamos capturar todos os responsáveis por esses ataques. Infelizmente, [houve] o aumento do número de armas pesadas, inclusive de fuzis, a partir dessa orientação do governo federal de ‘liberou geral’ a entrada de armas no Brasil, o que tem facilitado ainda mais a possibilidade de os criminosos terem acesso cada vez a armas maiores e mais pesadas”, disse o governador.

“Mas vamos buscar todos eles, a Polícia Militar cumprirá sua função em nome do estado baiano vamos capturar os responsáveis e punir esses que atentaram contra a vida dos policiais. Infelizmente é o tráfico de drogas com todo seu armamento pesado agredindo a sociedade como eu tenho denunciado seguidas vezes. Espero que tenhamos em breve uma legislação e um sistema judicial que não favoreça e não facilite a soltura desses marginais”, acrescentou Rui Costa.

Rui também foi perguntado sobre recentes declarações do prefeito de Salvador, Bruno Reis (UB), de que a onda crescente de violência pode prejudicar o turismo na capital baiana. De acordo com o governador, “seria bom o uso de menos politicagem em um assunto sério como a segurança pública”.

“Eu nunca glamourizei representantes do tráfico de drogas e nunca patrocinei visibilidade deles. Então quem o fez que ao longo do seu exercício de política oportunista que quer buscar voto a qualquer custo, inclusive dá visibilidade e patrocina a entrada de muitos criminosos na política”, pontuou, sem deixar claro sobre a quem se referiu.

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