Descriminalização da maconha: Voto de Zanin irrita a esquerda

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Ministro indicado recentemente por Lula foi o único a votar contra a descriminalização até agora

Ministro Cristiano Zanin Foto: Carlos Moura/SCO/STF

Após a sessão desta quinta-feira (24), o Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a cinco votos a favor da descriminalização do porte de maconha para uso pessoal e apenas um voto contrário. O que não era esperado por boa parte da esquerda, porém, é que o único voto contra descriminalizar a droga fosse ser do ministro Cristiano Zanin, indicado recentemente pelo presidente Lula (PT).

Primeiro nome escolhido para a Suprema Corte no terceiro governo do petista, Zanin tem votado na contramão da pauta progressista e irritado apoiadores dessa linha ideológica.

Na última semana, por exemplo, o ministro votou por manter a condenação de dois homens por furto de um macaco hidráulico, dois galões para combustível e uma garrafa contendo óleo diesel, itens avaliados em cerca de R$ 100.

Nesta quinta, ao proferir seu voto no julgamento sobre o porte de maconha, Zanin sustentou que a mera descriminalização da droga para consumo, em sua visão, apresentava “problemas jurídicos” e ainda poderia “agravar a situação que enfrentamos nessa problemática do combate às drogas”.

Parlamentares de esquerda, porém, demonstraram clara insatisfação com o posicionamento do ministro. O deputado estadual do Rio de Janeiro Carlos Minc (PSB), por exemplo, postou em sua rede social:

– Zanin: Total decepção. Votou contra descriminalização do usuário. E contra a equiparação da Transfobia/LGBTfobia ao crime de racismo/ injúria racial. Confiança total a quais teses?

Outro nome da esquerda a criticar Zanin foi a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Em uma postagem em seu perfil na rede social X, antigo Twitter, a psolista chamou o voto do ministro de “lamentável” e defendeu que a próxima indicação de Lula ao Supremo seja de alguém que represente “as lutas democráticas e progressistas!”.

– Descriminalizar a posse de drogas é essencial para combater o encarceramento em massa e a suposta “guerra às drogas”, que afeta sobretudo pobres e negros – afirmou.

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