Deputado protagoniza embates na CPMI do 8 de Janeiro
Deborah Sena
Não membro da CPMI do 08 de Janeiro, o deputado federal Abílio Brunini (PL-MT) faz questão de participar das reuniões e oitivas do colegiado. Desde a primeira audiência, as atenções perpassaram a figura do bolsonarista, que arranca críticas da esquerda sobre seu visual e comportamento.
No entanto, a real preocupação de Abílio é a guerra de narrativas travada. Ainda segundo o mato-grossense, é improvável que haja redirecionamento no tom dado ao encaminhamento dos trabalhos. “É guerra de narrativas. Vai ser isso até o final. A relatora e a base do governo já têm o relatório pronto. Querem culpar Bolsonaro e pronto”.
Abílio se junta ao grupo de deputados que apoia a entrega de um relatório paralelo, possibilidade que será amadurecida junto ao senador Magno Malta, segundo vice-presidente da Comissão. Brunini confirma que as conversas em torno desse segundo relatório devem caminhar após o recesso.
O deputado já negou à imprensa ter proferido palavras transfóbicas à Herika Hilton(PSOL-SP), durante a audiência que ouviu o tenente-coronel Mauro Cid, e respondeu ao Diário do Poder se vai comprar um cachorrinho, sugestão dada pela parlamentar para que o colega, nas palavras dela, “trate sua carência”.
“Não preciso. Tenho quatro gatos, todos tirados da rua, dois filhos para cuidar – Sebatian e Ana Regina- e mais a minha esposa Samantha. Não tenho tempo para nada”, enfatizou.
Questionado sobre as críticas da colega, Abílio diz não saber quais seriam as motivações. Ele recorda do episódio em que Érika fez menção a sua camiseta cinza, peça que o parlamentar revela ter 37 unidades iguais. “Chamou de aerolook”, lembrou.
Brunini avalia, que apesar do direcionamento pró-governo na Comissão, muitas das narrativas elencadas para apontar Jair Bolsonaro como principal responsável não estão surtindo efeito ou encontrando comprovação. “Como não está colando, eles partem para o ataque”.
DIÁRIO DO PODER