A bióloga disse ainda que o número de casos em janeiro foi o maior da história no país. “Temos alguns fatores importantes que contribuem para esse aumento. Um deles tem sido muito discutido, que são as alterações climáticas relacionadas ao El Niño, que muda o padrão de chuvas, de temperatura. Tudo isso favorece o ciclo do inseto vetor. A gente discute alteração climática há algumas décadas, mas temos vivenciado, na prática, esses efeitos de forma mais recente. E isso não tem sido só no Brasil, mas em termos globais”, explica.
Risco de colapso
A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) monitora os dados da dengue nas Américas desde 1980, e há uma tendência de aumento a cada pico de casos da doença no Continente. O Ministério da Saúde alertou, no início do ano, que a previsão é de recorde de casos neste ano, podendo atingir a marca de 4,5 milhões de doentes. Em todo o ano de 2023, foram 1,6 milhões de infectados no país.
Os especialistas alertam para os riscos no sistema de saúde. “Há, sim, o temor de que o sistema (de saúde) não consiga suportar esse aumento do número de casos, tamanha a necessidade de atenção. É bastante perigoso que tenhamos uma sobrecarga e, eventualmente, um colapso no sistema. É possível também que a mortalidade seja maior que nos últimos anos, não porque a letalidade é maior, mas pelo alto volume de pessoas infectadas”, alerta o epidemiologista, Paulo Petry.
“Foi um desgaste o enfrentamento que a gente teve na pandemia de covid-19 e, na sequência, uma epidemia em outra, de dengue e de covid. Hoje, a gente vive as duas simultaneamente”, lamentou Barçante
CORREIO BRAZILIENSE