Deltan responde Lula: “O MP não joga jogo, ele fiscaliza a lei”

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O petista pediu ao MP para não achar que todo político é corrupto

Deputado federal Deltan Dallagnol Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O ex-procurador Deltan Dallagnol respondeu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o pedido feito ao Ministério Público (MP) de não considerar que todo político seja corrupto.

Na visão do responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, a fala do petista é um convite para que o MP volte a jogar o jogo da velha política, não levando em consideração os crimes cometidos pelos políticos.

– Vocês entenderam o que Lula está dizendo? O começo parece óbvio: “Não existe possibilidade do Ministério Público achar que todo político é corrupto” (…). Preste atenção para o que ele diz em seguida: ele convida o Ministério Público para “jogar o jogo de verdade”!! Como assim? O MP não joga jogo, ele fiscaliza a lei! O que Lula quer dizer? Pra bom entendedor, meia palavra basta. Ele realmente quer dizer: joguem o jogo da velha política brasileira. É o jogo da troca de favores e da impunidade – explica o ex-deputado federal.

Dallagnol comentou sobre a investigação que levou Lula a ser preso por 580 dias. Segundo ele, 20 procuradores e dez julgadores atuaram no caso e entenderam que houve a prática de crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.

Por isso, para ele é “triste e revoltante” ver que a classe política voltará a ser protegida diante dos crimes contra os cofres públicos.

– Em resumo: não mexam com a classe política! Misto de revolta e tristeza ao ver o país voltando para esse velho jogo – completou Dalagnol no X, antigo Twitter.

O QUE LULA FALOU
Nesta segunda-feira (18), em seu discurso na posse de Paulo Gonet como procurador-geral da República, o presidente Lula pediu que o Ministério Público não ache que “todo político é corrupto”.

– Não existe a possibilidade de o Ministério Público achar que todo político é corrupto. Não existe possibilidade. Ou seja, que é um conceito que se criou na sociedade brasileira de que qualquer denúncia contra qualquer político já parte do pressuposto de que ela é verdadeira. E nem sempre é – disse o petista.

E continuou:

– Se a gente quiser evitar aventuras neste país, como a que aconteceu dia 8 de janeiro deste ano, se a gente quiser consagrar o processo democrático como regime político mais extraordinário que o ser humano conseguiu inventar, o Ministério Público precisa jogar o jogo de verdade. A única coisa que eu peço a você [Paulo Gonet], em nome do que você representará daqui para a frente na história desse país, é que você só tenha uma preocupação: fazer com que a verdade, e somente a verdade, prevaleça acima de quaisquer outros interesses.

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