O Governo Central — formado por Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social — registrou déficit primário de R$ 31,7 bilhões em fevereiro deste ano. O resultado representa uma queda real de 48,3% em relação ao mesmo mês de 2024, quando o rombo foi de R$ 58,3 bilhões. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Tesouro Nacional.
A melhora no desempenho das contas públicas se deve principalmente ao aumento da arrecadação e à redução das despesas, especialmente com o adiamento do pagamento de precatórios
Segundo o Tesouro, houve um crescimento real de 3,1% (R$ 4,4 bilhões) na receita líquida e uma queda de 12,6% (R$ 25,2 bilhões) nas despesas totais em relação a fevereiro do ano passado, já descontada a inflação medida pelo IPCA.
O déficit veio abaixo das expectativas do mercado. De acordo com a pesquisa Prisma Fiscal, do Ministério da Fazenda, analistas previam um resultado negativo de R$ 37,7 bilhões para o mês.
No acumulado de janeiro e fevereiro, o Governo Central tem superávit primário de R$ 53,2 bilhões — um crescimento real de 136,5% em relação ao mesmo período de 2024, quando o saldo foi de R$ 21,2 bilhões. O desempenho foi impulsionado pelo superávit recorde de R$ 84,9 bilhões registrado em janeiro.
O resultado primário é o saldo entre receitas e despesas, sem considerar os juros da dívida pública. Para 2025, a meta fiscal aprovada pelo Congresso prevê superávit de R$ 15 bilhões, excluindo os precatórios, em conformidade com o novo arcabouço fiscal que estabelece meta primária zero.
Como o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) ainda não foi sancionado, o Ministério do Planejamento e Orçamento não publicou o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, previsto para 22 de março. O próximo relatório deve ser divulgado em maio.