O apresentador da TV Bandeirantes José Luiz Datena deve se encontrar nos próximos dias com o presidente Jair Bolsonaro (PL) para mais uma conversa sobre a possibilidade de ser candidato ao Senado por São Paulo.
Ele tem até o dia 2 de julho para anunciar a sua decisão definitiva —nesta data, pela lei, o jornalista teria que se afastar da televisão.
No mês passado, Bolsonaro lançou o nome de Datena para disputar o cargo na chapa do candidato bolsonarista ao governo de São Paulo, o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas.
O apresentador topou a parada -mas tem sofrido ataques recorrentes de apoiadores do presidente da República e resistência em partidos que apoiam Tarcísio.
O jornalista afirma que os ataques têm servido como estímulo para que ele, desta vez, se mantenha no páreo. Em outras três eleições em que cogitou disputar as eleições, Datena acabou desistindo.
“Cada vez que me atacam, mais me motivam para ser candidato”, afirma o apresentador. “Me sinto honrado em ser atacado por extremistas radicais, por uma minoria de canalhas que deveriam estar na cadeia”, segue. “Os ataques de pessoas erradas indicam que estou no caminho certo.”
Ele já foi vaiado em um evento com o próprio Tarcísio, em abril. Na semana passada, seu nome voltou a ser recebido com apupos em um congresso de conservadores.
“Jamais me transformarei em um deles para me eleger. Se tem uma coisa que não suporto é extremismo e radicalismo”, afirma. “Não contem comigo para isso”, segue.
Datena afirma que suas posições são claras e que não precisa “concordar com tudo o que diz o Bolsonaro” para disputar as eleições na chapa de Tarcísio de Freitas.
“Estou do lado dele, mas não preciso aceitar tudo o que o Bolsonaro pensa. O presidente, aliás, nunca me pediu isso”, diz. “E eu não vou mudar.”
“Eu defendo vacina. Eu defendo o uso de máscara e o distanciamento social quando era necessário. Eu discordo de boa parte da política econômica do [ministro da Economia] Paulo Guedes. Tenho a minha forma de pensar”, afirma o jornalista. “Eu reajo quando ele ataca a imprensa. E ele nunca me pediu para atacar a imprensa, da qual eu faço parte”, segue.
Em 2016, filiado ao PP, desistiu de tentar se tornar prefeito de São Paulo, quando João Doria (PSDB) foi eleito em primeiro turno e derrotou o petista Fernando Haddad.
Em 2018, Datena desistiu então de disputar o Senado pelo DEM 12 dias após anunciar a pré-candidatura.
Em 2020, filiado ao MDB, seria o vice na chapa encabeçada por Bruno Covas (PSDB), que foi eleito prefeito de São Paulo no pleito. Mas acabou recuando.
“Das outras vezes, eu saí [da disputa]. Agora, estou bem inclinado a ficar”, finaliza o apresentador.
FOLHAPRESS