No início da noite desta terça-feira uma das envolvidas no crime foi presa.
Por Vinícius Viana
Sob forte comoção e pedidos de justiça, o corpo de Cristal Rodrigues Pacheco, de 15 anos, morta durante uma tentativa de assalto em frente ao Palácio da Aclamação, no bairro do Campo Grande, região nobre de Salvador, foi sepultado na tarde desta terça-feira (02), no cemitério Campo Santo, no bairro da Federação.
O enterro da adolescente reuniu centenas de pessoas, entre familiares e amigos de escola, que prestaram o último adeus. Aos prantos e sentindo a dor da perda, os pais de Cristal foram amparados por familiares e não tiveram estrutura para falar sobre a morte precoce da filha. Nilton Cezar, de 40 anos, primo de segundo grau da jovem, contou que ela foi a porta aliança do seu casamento e que deixará um vazio enorme na família. “Uma pessoa alegre, divertida, que queria o bem, gostava muito de estudar. Era uma filha que dava muito orgulho para os pais e essa é a lembrança que vai ficar guardada de Cristal”, disse.
O tio de coração da adolescente, Fábio Rodrigues, 45 anos, clamou por leis mais duras e ações mais efetivas do Estado contra a criminalidade. “Nossa cidade está entregue a violência, nossos filhos estão à mercê da violência. Precisamos pedir por mudança neste sistema de segurança”, declarou com a voz embargada.
Mariana Guedes, de 14 anos, se tornou amiga de Cristal após estudar na mesma sala de aula que ela. A adolescente descreveu que tinha Cristal como uma irmã e exemplo a ser seguido. “Tenho ótimas lembranças dela. Ela era incrível, um amor de menina, muito talentosa e atenciosa. É difícil ver que por conta da segurança falha do nosso Estado a gente perdeu Cristal”, desabafou com as lágrimas escorrendo pelo rosto.
Apesar da dor que estava sentindo por perder um familiar, Antônio dos Santos, de 50 anos, saiu do velório do seu ente querido e foi até a capela onde Cristal estava sendo velada. Comovido e revoltado com a morte brutal da adolescente, ele prestou apoio à família. “A gente nasce, cresce, envelhece e morre. Então, temos que nos conformar com a ordem natural da vida, mas não dessa situação que a família está passando. Peço a Deus que conforte o coração deles e dê força para seguirem em frente”, desabafou.
No início da noite a Polícia Civil conseguiu localizar e prender uma das envolvidas no crime. A suspeita estava escondida em um beco, dentro de uma construção abandonada em uma invasão, em Alto de Coutos, no Subúrbio Ferroviário. A segunda mulher envolvida na tentativa de latrocínio segue sendo procurada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
TRIBUNA DA BAHIA