Com os números da Covid-19 mais ou menos estáveis na Bahia durante as últimas duas semanas, tanto a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) quanto a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) observam com cautela os resultados da retomada das atividades econômicas no estado. Diferentemente do que ocorreu durante a reabertura após a primeira onda de contaminação, as pastas não vislumbram uma desmobilização de leitos de UTI, reservados exclusivamente para pacientes com a doença. Ao menos por enquanto.
Entre 26 de fevereiro e 28 de abril, a Bahia registrou, na maioria dos dias, mais de 100 mortes por Covid-19 no período de 24 horas. As exceções ficaram para alguns sábados, domingos e segundas-feiras, quando as notificações costumam ocorrer em menor número desde o início da pandemia. De lá para cá, duas semanas se passaram, e a quantidade de óbitos diários variou entre 74 e 93.
Os números no estado ainda são altos, se comparados aos registrados durante a primeira onda de contaminação, que obteve seu auge em 24 de agosto de 2020, com 76 mortes. Mas cada novo boletim epidemiológico publicado não tem apresentado grande variação de um dia para o outro. Um exemplo é que, há um mês, a taxa de ocupação dos leitos de UTI se mantém variando entre 77% e 83%. Em um dia, sobe um pouco; no outro, volta a cair. No mesmo período, os casos ativos da Covid-19 não saíram da faixa entre 15 mil e 17 mil.
No auge da primeira onda de contaminação, o estado possuía 1.237 UTIs reservadas para o tratamento de pacientes com casos graves da Covid-19. A partir do momento que os números da pandemia entraram em descendência, o governo estadual começou um processo de desmobilização, fechando unidades a partir do dia 1º de setembro de 2020. Em 21 de novembro, a quantidade de leitos chegou a 833.
Perguntado se a Sesab pretendia, repetindo o que aconteceu em 2020, fechar alguns dos leitos exclusivos para Covid-19 ou encerrar algum hospital de campanha, o secretário estadual da Saúde, Fábio Villas-Boas, negou veementemente. “De jeito nenhum. Não temos hospital de campanha exceto o da Arena Fonte Nova”, afirmou ao Bahia Notícias. Leo Prates, titular da SMS, também rejeitou a possibilidade.
A SMS ainda avalia com cuidado os efeitos da retomada das atividades econômicas na capital baiana. Internamente, a prefeitura soteropolitana vê indícios de que a curva de contaminação pode voltar a subir, caso o envio de doses das vacinas contra a Covid-19 não seja acelerado pelo Ministério da Saúde. A manutenção dos leitos, portanto, é uma precaução.
Segundo o último boletim epidemiológico publicado pela Sesab, a Bahia possui 1.624 leitos de terapia intensiva para atendimento de pessoas com Covid-19 no momento, superando em quase 400 unidades o recorde da primeira onda. Entre eles, 1.273 estão preenchidos por pacientes, o correspondente a 78,39% de ocupação.
Bahia Notícias