Carlos Alberto Sardenberg afirmou que governo não possui núcleo de apoio e precisa recorrer à venda de cargos e emendas
Presidente Lula sendo empossado no Congresso Foto: EFE/ Antonio Lacerda
Em coluna publicada no jornal O Globo neste sábado (10), o apresentador Carlos Alberto Sardenberg analisou que o governo Lula (PT) “está bem perdido” na busca de apoio no Congresso e, por isso, tem recorrido ao pior meio para formar maioria em projetos governistas: a venda de cargos e de emendas.
No texto intitulado “maiorias compradas”, o jornalista afirma que um governo de coalizão funciona de forma saudável quando ele possui um “núcleo duro” no Parlamento, ou seja, alguns partidos que possuam um programa comum com o Executivo em torno de temas nacionais, como a reforma tributária ou o meio ambiente, por exemplo.
Segundo Sardenberg, esse núcleo não precisa ser maioria no Congresso, basta que seja forte o suficiente para “atrair outros partidos e formar maiorias, ainda que caso a caso”.
– Partindo desses parâmetros, o governo Lula está bem perdido. Primeiro, porque não tem esse núcleo duro, nem no grupo de partidos que supostamente estão no governo, nem no próprio PT. Há divergências importantes em questões essenciais – observou o jornalista.
Como exemplo, ele cita a questão ambiental e exploração de petróleo, que tem sido alvo de disputas dentro do próprio governo e parece longe de um consenso.
– A Petrobras, controlada pelo PT, quer porque quer explorar o petróleo da Margem Equatorial, área do litoral que vai do Amapá até o Rio Grande do Norte, onde se estima haver uma fortuna de 15 bilhões de barris, um novo pré-sal. O Ibama, controlado pela ministra Marina Silva, da Rede, aliada do PT, negou licença para a exploração inicial de um poço no litoral do Amapá – assinala o jornalista.
Segundo ele, acredita-se que o próprio Lula olha com cobiça para a exploração do petróleo, enquanto tenta “mostrar ao mundo credenciais ambientalistas” ao mesmo tempo.
Para o comunicador, o governo tem se mostrado desorientado em suas propostas e, por consequência, não consegue se estabelecer no Congresso. Resta para Lula, dessa forma, comprar apoio no Congresso via distribuição de emendas e cargos.
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