Coletivos de mulheres fortalecem o empoderamento e a luta por direitos

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Conforme a democracia avança, mulheres têm se articulado, cada vez mais, em grupos feministas, como forma de batalhar pelas causas de gênero. Conheça o trabalho do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), dos coletivos Juntas e Na Cidade

 Juntas: luta anticapitalista, antifascista e antirracista -  (crédito: Fotos: Kayo Magalhães/CB/D.A Press)

Juntas: luta anticapitalista, antifascista e antirracista – (crédito: Fotos: Kayo Magalhães/CB/D.A Press)

Somar é sempre uma forma de fortalecer qualquer luta. No caso das mulheres, a união tem revigorado as batalhas pela equidade de gênero e maior empoderamento feminino na sociedade. No Distrito Federal, a mobilização do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), dos coletivos Juntas e Na Cidade contribuem para o avanço da luta pelas bandeiras feministas.
A interseccionalidade é um fator presente na pauta da maioria dos coletivos de mulheres e consiste na sobreposição de diversas nuances e recortes sociais distintos como forma de abordar e de combater as diferentes formas de opressão que as mulheres sofrem.
Larissa destaca a importância da atuação coletiva. “Ampliamos nossa capacidade de influenciar mudanças sociais e políticas. É uma estratégia eficaz e uma expressão poderosa de nossa resistência”, observa.
O Juntas é um coletivo nacional, que existe desde 2011. No DF, o grupo atua desde 2013 organizando e participando de manifestações contra desigualdades sociais. A organização teve participação ativa no andamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Feminicídio na Câmara Legislativa (CLDF), sugerindo recomendações ao poder público que foram incluídas no relatório final. “Algumas já foram consolidadas, como a lei dos órfãos do feminicídio e o protocolo para que a Polícia Civil (PCDF) tenha o feminicídio como uma das primeiras hipóteses de investigação em casos de assassinatos de travestis e de mulheres trans, da mesma forma como faz para mulheres cis”, relembra Lucci Laporta, militante transfeminista e membro das coordenações nacional e distrital do Juntas.
Além disso, o coletivo é um dos que compõem o Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade de Brasília (UnB). “Entendo que a luta das mulheres precisa ser uma luta antissistêmica”, assinala Lucci.
A militante enfatiza que o Juntas busca ajudar as mulheres a entenderem como funciona a sociedade e terem uma voz mais qualificada. “A forma de construção da sociedade brasileira, da identidade, da noção de povo, é marcada por 300 anos de escravidão. A gente percebe que as mulheres vivem uma realidade de subalternização e cerceamento de direitos. É importante que elas entendam os próprios direitos, se sintam seguras para falar sobre política e sociedade”, reforça.
O coletivo Juntas tem duas manifestações organizadas para o Dia Internacional da Mulher: às 12h, na Praça do Buriti, e às 16h, na Praça Zumbi dos Palmares (Conic).
Além disso, o coletivo é um dos que compõem o Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade de Brasília (UnB). “Entendo que a luta das mulheres precisa ser uma luta antissistêmica”, assinala Lucci.
A militante enfatiza que o Juntas busca ajudar as mulheres a entenderem como funciona a sociedade e terem uma voz mais qualificada. “A forma de construção da sociedade brasileira, da identidade, da noção de povo, é marcada por 300 anos de escravidão. A gente percebe que as mulheres vivem uma realidade de subalternização e cerceamento de direitos. É importante que elas entendam os próprios direitos, se sintam seguras para falar sobre política e sociedade”, reforça.
O coletivo Juntas tem duas manifestações organizadas para o Dia Internacional da Mulher: às 12h, na Praça do Buriti, e às 16h, na Praça Zumbi dos Palmares (Conic).
Monitoramento
O Cfemea, fundado em 1989 e com sede no DF, foi criado por um dos grupos de mulheres que atuaram ativamente na construção da Constituição Federal.
“É importante lembrar que somos mulheres e, nesse contexto, independentemente de onde estamos, temos que ter nossos direitos garantidos. O fato de termos poucas mulheres em cargos políticos, ou mesmo debatendo política nas famílias, demonstra que outros estão ocupando esse espaço de formar opinião e de tomar decisão sobre políticas públicas em áreas como saúde — vacinação, prevenção à dengue — e saneamento básico. “As políticas impactam na vida das mulheres que deixarão de trabalhar para cuidar de doentes em casa, que sofrerão vendo suas famílias e filhos com doenças como covid ou dengue. O dia a dia é parte da luta feminista”, completa Camilla.
Coletivo Cfemea surgiu junto com a Constituição Federal
Cfemea: luta pelos direitos das mulheres(foto: Divulgação/Cfemea)
A coordenadora salienta que o grupo procura conhecer as histórias das mulheres a partir das trocas. “Dentro do contexto das realidades, de uma perspectiva comunitária, de uma educação popular, de uma perspectiva de metodologias participativas, para nós, é importante entender as histórias vividas”, relata. “Buscamos compreender e buscar soluções para as situações de desigualdade, descriminação de gênero”, completa.
“É importante identificar contextos de vulnerabilidade, violências e violações de direitos para não reduzir a atuação das mulheres a essas situações. É preciso atuar, intervir, identificar e reivindicar para se fortalecer e trazer propostas de atividades que favoreçam a autonomia das mulheres”, descreve.

Não é Não

Em dezembro de 2023, foi sancionada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva a lei nº 14.786, que cria o Protocolo Não é Não, destinado a prevenir o constrangimento e a violência contra a mulher em ambientes nos quais sejam vendidas bebidas alcoólicas, como casas noturnas, boates e estabelecimentos para espetáculos musicais em locais fechados ou shows.
O coletivo nacional Não é Não atua contra o assédio em espaços públicos desde antes da sanção da lei que tipifica esse crime. “O trabalho em coletivo é imprescindível para que possamos evoluir nas pautas de gênero, pois é uma questão que afeta toda a sociedade. É um trabalho que não tem como ser feito se não coletivamente”, destaca Júlia Parucker, CEO e cofundadora do grupo. “É muito potente trabalhar com outras mulheres. É uma luta pesada demais para ser feita individualmente”, conclui.

CORREIO BRAZILIENSE

 

 

 

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