Ciro Gomes cita mágoa do irmão Cid: “Vou morrer com essa dor”

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Ex-governador não digeriu apoio dado pelo irmão ao atual ministro da Educação, Camilo Santana

Ciro e Cid Gomes estão com relações rompidas desde a última eleição Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Quarto colocado nas eleições presidenciais de 2022, o ex-governador Ciro Gomes (PDT) ainda não conseguiu digerir o apoio dado por seu irmão, o senador Cid Gomes (PDT-CE), ao atual ministro da Educação, Camilo Santana. Em tom de ressentimento, Ciro disse que levou uma “facada” do irmão pelas costas e que vai “morrer com essa dor”.

– Esta faca ainda está ardendo muito nas minhas costas, portanto se você me permitir eu não desejo fazer nenhum comentário sobre este assunto, porque a faca ainda arde. Eu acho que eu vou morrer com essa dor nas minhas costas – disse Ciro, em entrevista ao Ponto Poder, do Sistema Verdes Mares, ao ser questionado sobre a relação com Cid.

O afastamento dos dois irmãos aconteceu após as eleições de 2022, quando Ciro foi um dos principais defensores da candidatura do ex-prefeito Roberto Cláudio ao cargo de governador do Ceará. Cid, por sua vez, se afastou da disputa ao governo, mas acabou aparecendo uma vez na campanha, quando fez um ato em favor de Camilo Santana, então candidato ao Senado.

Para Ciro Gomes, porém, o atual ministro da Educação, que governou o Ceará entre os anos de 2015 e 2022, é o responsável por criar uma versão dos Ferreira Gomes “como uma coisa negativa”. O sobrenome, que antes era usado simplesmente para se referir a Ciro e seus irmãos, passou a ser adotado pelos rivais políticos do grupo também como sinônimo de truculência e autoritarismo.

– Quem criou essa versão de Ferreira Gomes como uma coisa negativa foi justamente o Camilo Santana, a quem o Cid apoia. Eu não entendo isso – disse.

Decepcionado com seu resultado nas últimas eleições presidenciais, Ciro disse que não pretende mais disputar qualquer pleito, mas que deve continuar na política na condição de “especialista”, realizando debates, palestras e lançando livros.

– Se depender da minha disposição, não quero mais disputar. Eu não quero ser um cara amargo. A vida pública me deu tão generosas coisas. Eu quero continuar ajudando. Não é fácil porque é o sentido da minha vida – completou.

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