Mandado de prisão preventiva foi expedido por Alexandre de Moraes
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Foto: EFE / André Borges
O tenente-coronel Mauro Cid foi preso nesta sexta-feira (22) pela Polícia Federal (PF), em cumprimento de mandado de prisão preventiva expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por descumprimento das medidas cautelares e obstrução à Justiça.
Após a divulgação dos áudios em que o militar critica o magistrado, Cid foi convocado a comparecer a uma audiência com o desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes, para esclarecer as acusações à Operação Tempus Veritatis.
Após o término da audiência de confirmação dos termos da colaboração premida, foi cumprido o mandado de prisão preventiva.
Nos áudios, Cid ainda disse que Moraes já tem a sentença dos investigados e que no “momento que ele achar conveniente, denuncia todo mundo, o PGR acata, aceita e ele prende todo mundo”.
O tenente-coronel também afirmou que a PF queria que ele falasse coisas sem conhecimento ou que não aconteceram, pois os investigadores do inquérito “não queriam saber a verdade” sobre a tentativa de golpe de Estado, e sim confirmar a narrativa deles.
Por meio de nota, a defesa de Cid admitiu que a voz nas gravações divulgadas pela revista são do militar, mas alegou que as declarações são “meros desabafos” do investigado.
Mauro Cid foi preso em maio de 2023 pela PF durante a investigação sobre fraudes em cartões de vacina contra a Covid-19. Em setembro ele foi solto após homologação da delação premiada, em que apontou Bolsonaro como o mandante das fraudes no sistema do Ministério da Saúde.