Sete pessoas morreram, uma está desaparecida e dezenas de cidades estão em situação de emergência com as fortes chuvas desde o fim de semana nos estados de Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Houve temporais no Nordeste desde maio, com registros de deslizamentos, alagamentos e desabamento de casas. Em junho, o volume de chuvas havia diminuído, mas foi retomado na sexta-feira (1º).
Entre as cenas que marcaram o fim de semana estão a de um bebê e de seis pessoas da mesma família, que foram retiradas pelos bombeiros no telhado de uma casa em Murici, interior de Alagoas.
Um dos militares retira o bebê apoiando-se em uma caixa d’água, e repassando-o à aeronave. Toda a família estava ilhada após o nível do rio Mundaú ter subido e inundado ruas da cidade.
Segundo os bombeiros, a família chegou até a laje da casa para escapar da cheia e esperou por ajuda. Os militares, então, removeram algumas telhas, por onde os familiares foram retirados e levados até o centro da cidade, onde receberam atendimento médico e passam bem.
Seis dos mortos são de cidades de Alagoas –Coruripe, Matriz do Camaragibe, Palmeira dos Índios, São Miguel dos Campos, União dos Palmares e Campo Alegre. O estado tem 51 municípios, metade do total, em estado de emergência, com 8.830 pessoas desabrigadas e 47.651 desalojadas.
A situação escalonou por conta do transbordamento de rios e lagoas. De acordo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, a previsão é que deve continuar chovendo em Alagoas nos próximos dias, mas com menos intensidade.
Em Pernambuco, a situação também recebe cuidados. Segundo balanço divulgado no domingo (3) pelo governo estadual, 5.988 pessoas ficaram desalojadas e 1.085, desabrigadas.
Um agricultor de 64 anos morreu em Iati, no Agreste de Pernambuco, ao tentar desentupir bueiros de uma ponte. Ele caiu em um buraco e foi carregado pela força das águas, até ser encontrado longe do local, com escoriações na cabeça e sem vida.
Na Zona Mata Sul, no município de Jaqueira, um homem foi arrastado pela água ao tentar passar por uma praça alagada também no domingo. Até o momento, ele não foi localizado. Ao todo, 29 cidades do estado tiveram prejuízos. O nível das chuvas continua diminuindo.
No Rio Grande do Norte, a chuva do fim de semana chegou bem perto da expectativa do mês inteiro em Natal. Foram 235 milímetros, 10 mm a menos do que o esperado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte. A Defesa Civil do município atendeu aproximadamente 50 chamados e 25 casas foram interditadas no bairro Felipe Camarão, já que uma cratera se abriu no local.
Natal está em estado de calamidade pública. O grande volume de chuva provocou o transbordamento de lagoas, alagamento de imóveis, crateras, redes de drenagem com problemas, deslizamentos e quedas de árvores.
O número de pessoas desabrigadas e desalojadas ainda não é grande, mas, segundo a Defesa Civil, três famílias e um idoso estão abrigados em uma escola municipal.
FOLHAPRESS