Cidade de Santiago, no Chile. Os aumentos foram liderados pela categoria de alimentos e bebidas, além dos preços das passagens de transporte | Foto: Divulgação/Juan Pablo Ahumada/Unsplash
A inflação no Chile registrou em maio uma alta de 1,2% em relação ao mês anterior. Em 12 meses, o índice acumulado chegou a 11,5%, o nível mais alto desde julho de 1994. Os aumentos foram liderados pela categoria de alimentos e bebidas, além dos preços das passagens de transporte. Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas na semana passada.
Somente nos primeiros cinco meses do ano, a inflação acumulada no país já atingiu 6,1%. O Banco Central estima que a variação interanual continue aumentando para pelo menos 13% até o final do primeiro semestre.
Segundo a presidente do Banco Central, Rosana Costa, a inflação no país se deve a fatores exclusivamente internos, e culpou a retirada sistemática dos fundos de pensão por exacerbar o superávit de dinheiro na economia.
Diante dos resultados inflacionários, a autoridade monetária chilena resolveu aprovar um novo aumento da taxa de juros, que passou de 8,25% ao ano para 9% em 7 de junho.
Como aconteceu em muitos outros países, a reação do Banco Central do Chile foi mais tardia do que seria aconselhável de acordo com os padrões convencionais. A alta das taxas de curto prazo começou no país em setembro de 2021, partindo de uma taxa de apenas 0,5%, enquanto em países como o Brasil a correção começou em março de 2021 e partindo de uma taxa de 2%.
O ministro da Fazenda do Chile, Mario Marcel, culpou o aumento dos preços internacionais pela elevação drástica da inflação no país, que é governador pelo presidente esquerdista Gabriel Boric.
As previsões oficiais de crescimento para em 2022 foram reduzidas de 3,5% para apenas 1,5%. Se esta última previsão se concretizar, o crescimento será o mais baixo desde 2017.