Campos Neto discorda de Lula e diz ser ‘muito contra’ moeda comum

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“O fato de não termos pessoas no governo fazendo essas conexões, mostra que estamos distantes de sermos eficientes nisso” expôs Campos Neto

“Eu sou muito contra, mas sou só um banqueiro central” diz Campos Neto Foto: Marcelo Camargo/ABr

Isabella Soares

Nesta sexta feira (2) o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto afirmou ser “muito contra” o uso de moedas comuns para estimular o comércio entre países. Segundo o presidente, essa ideia seria obsoleta para se tratar de algo que já não existe mais.

“Eu sou muito contra, mas sou só um banqueiro central”, declarou em sua participação no Valor Capital’s Crypto Workshop, organizado pelo Valor Capital Group.

Acrescentou ainda que, com a evolução dos pagamentos digitais e a digitalização de processos, não existe a necessidade de uma moeda comum para se ter eficiência comercial.

Neto afirma também que houve duas tentativas entre Brasil e Argentina para se criar uma moeda comum no comércio, e disse que, nos dois casos foi contra ambas as ideias.

“Tentei explicar para um oficial do governo e não podia usar termos muito técnicos, então disso que uma moeda comum é como uma criança com DNA do pai e da mãe. Isso significa que a união de duas moedas significa que a taxa de juros vai ser uma mistura desses dois países, uma mistura de duas inflações” afirmou.

Campos Neto afirma ainda que o BC continua trabalhando para implementar o chamado PIX internacional. Mencionou também, que acha possível conectar o pix com o sistema Nexus – que vem sendo desenvolvido pelo Banco de Compensações Internacionais ( o Banco Central dos bancos centrais).

Ministério de Soluções Digitais’

Para Campos, o governo teria que ter um ministro unicamente para cuidar de soluções digitais que na sua visão poderia auxiliar nos termos de inclusão e de redução de gastos dos serviços públicos.

“Sobre termos tantos ministros perto, e não termos um ministro sobre digital. Deveríamos ter um ministro digital, alguém pensando em soluções digitais” disse o presidente do Banco Central.

Em 2021, quando foi lançado o open finance, a plataforma digital para que os clientes compartilhem dados bancários e históricos de transações para se obter melhores preços em serviços e produtos bancários, acrescenta ainda que foi procurado pelo Ministério da Saúde para que fosse feito um “open health” – que constitui um sistema parecido para contrapor cotações de planos de saúde.

“O fato de não termos pessoas no governo fazendo essas conexões, mostra que estamos distantes de sermos eficientes nisso” expôs Campos Netos.

Portanto, na avaliação do presidente, os governos, com algumas exceções, como a Índia e Cingapura, ainda são “muito analógicos”.

DIÁRIO DO PODER

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