O governador do estado de Goiás revelou frustração com a bancada do estado no Congresso pelos votos ‘sim’ à Reforma Tributária
Deborah Sena
Em entrevista ao Diário do Poder, o governador do estado de Goiás, Ronaldo Caiado, lançou olhar sobre o avanço das facções criminosas no Brasil. Segundo a análise do goiano, hoje o país tem estados em que o controle estatal é menor que o domínio das facções criminosas.
“Se você for no Rio de Janeiro, em São Paulo, na Bahia, em vários lugares do nordeste, vai perceber que a área ocupada pelo Estado hoje é menor que a área ocupada pelas facções. Quando eu cheguei em Goiás, o entorno de Brasília estava 100% dominado pelas facções. […] As pessoas não podiam circular. Existia um acovardamento da gestão anterior em enfrentar essas facções”, ponderou.
Caiado disse que promoveu uma gestão integrada das forças de segurança, que pôs fim aos altos índices de criminalidade na região goiana, localizada no entorno de Brasília. E avisou: ‘se nós não tomarmos medidas duras vamos ver o processo [de fortalecimento do crime organizado] deteriorar muito mais ainda, com ações cada vez mais ousadas do crime organizado. A poucos dias, vocês disseram que tinha facção aqui monitorando o presidente do Senado, o presidente da Câmara, policiais e ministros”.
Reforma Tributária
Perguntado sobre o posicionamento de parte da bancada do estado de Goiás no Congresso, que votou a favor da Reforma Tributária, Caiado revelou: “Tenho de reconhecer que me frustrou. Ganhei por um voto- nove a oito- em uma bancada de 17. Isso foi péssimo para Goiás. Os governadores que se calaram vão pagar muito caro. Porque é uma Reforma Tributária concentradora. Ela vai beneficiar o pessoal das exportações e vai penalizar as regiões mais produtivas do país e com maior capacidade pagar emprego”.
O governador afirmou ainda que a Reforma Tributária aprovada pelo Congresso foi assinada por economistas que “não sabem da realidade, nem do dia-a-dia da população”.
Presidência
A respeito da pré-candidatura ao posto de presidente da República, Caiado assumiu: “eu não sou daqueles que fica assim: ah, quem sabe! Talvez! […]Sou direto. Já percorri uma história e comecei como candidato a presidência da República. Em 1989, era o mais jovem candidato. Fui deputado, fui senador, governador por dois mandatos. Então me sinto em condições de colocar meu nome a disposição do nosso partido, que é o União Brasil”, arrematou.