Serere Xavante se manifestava contra o presidente eleito, Lula
O cacique Serere Xavante, preso temporariamente por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), gravou um vídeo na sede da Polícia Federal (PF) para tranquilizar os manifestantes que se opuseram à ordem do STF. Xavante deve ficar detido na PF por 10 dias.
No início do vídeo, o cacique fala em sua língua nativa, o Aquém, e informa que está bem. Logo depois, traduz a sua fala para o português. “Não venha fazer conflito, briga ou confronto com autoridades policias”, orientou o indígena. “A nossa luta não é contra as pessoas humanas, é contra potestades espirituais. Deus abençoe a todos, em nome de Jesus.” Após Xavante ser detido, indígenas realizaram protestos em Brasília. A PF foi chamada para dispersar os atos.
Cacique preso é alvo da PF
Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Na decisão, Moraes sustenta a “necessidade da garantia da ordem pública, diante dos indícios da prática dos crimes de ameaça, perseguição e absolvição violenta do Estado Democrático de Direito”.
Ao examinar o pedido da PGR, o ministro avalia que a conduta do indígena apresenta riscos à sociedade. “A restrição da liberdade do investigado, com a decretação da prisão temporária, é a única medida capaz de garantir a higidez da investigação”, argumentou.
De acordo com a Polícia Federal (PF), Serere Xavante teria participado de manifestações antidemocráticas em diversos locais de Brasília, como no Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília, no Park Shopping e na Esplanada dos Ministérios.
A PGR entende que o Serere Xavante está se utilizando da posição de cacique do Povo Xavante para arregimentar ativistas e insuflar as manifestações. “A manifestação, em tese criminosa e antidemocrática, revestiu-se do claro intuito de instigar a população a tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente da República eleitos”, disse a PGR.
REVISTA OESTE