Brasília viveu clima de guerra, nesta quarta-feira (26), com ânimos muito exaltados, em razão dos casos das inserções furtadas da campanha de Jair Bolsonaro (PL) em milhares de rádios, sobretudo no Nordeste, e do servidor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) exonerado após notificar os superiores sobre mensagem em que uma emissora admitia não ter divulgado 100 inserções de propaganda eleitoral do atual presidente. A exasperação foi mais aguda no próprio TSE e no Palácio do Planalto.
Teoria da conspiração
No governo, consolida-se a teoria da conspiração de que o TSE e o STF estariam envolvidos numa trama para tomar a eleição de Bolsonaro.
Ambiente sombrio
A reação da cúpula do TSE ao caso do servidor, exonerado e conduzido sob vara até a porta da rua, ajudou a deixar o ambiente mais sombrio.
Olho nas provas
O clima estava tão ruim que o governo fez chegar à Procuradoria Geral da República, informalmente, a suspeita de destruição de provas no TSE.
O pavio é curto
Em conversas reservadas, políticos chegaram a apostar na “pior reação” que se pode esperar do principal personagem da história: Bolsonaro.
Lula se apropria de tema já em curso no governo
Com oportunismo próprio de político e com toda a pinta de quem não faz ideia do que se trata, Lula (PT) prometeu nesta quarta (27) “uma política pública” para produção de semicondutores. O problema é que isso já vem sendo tratado e não é de hoje. A assessoria “chupou” artigo do ministro Carlos França (Relações Exteriores) no Globo e fez Lula “incorporar” o assunto que inclusive foi discutido durante seminário em abril, reunindo especialistas de vários países no Itamaraty em Brasília.
Evento de alto nível
Participaram da reunião sobre semicondutores o ministro Paulo Guedes (Economia) e o anfitrião, chanceler Carlos França.
Mais dois ministros
A participação dos ministros do Paulo Alvim (Ciência e Tecnologia) e Fábio Faria (Comunicações) no evento reforçou a prioridade.
Portas fechadas
Em 2006, Lula se recusou a receber representantes do maior produtor mundial de chips interessado em investir em semicondutores no Brasil.
Questão de isonomia
O print de conversa privada no zap bastou para o ministro Alexandre de Moraes acionar a Polícia Federal contra empresários geradores de milhares de empregos e impostos. Auditoria de empresa especializada atestando fraude nas inserções deve merecer tratamento idêntico.
As redes não perdoam
O caso da demissão do servidor do TSE provocou uma onda de fúria entre apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais, que logo deram as fichas dos personagens envolvidos. Nenhuma delas abonadora.
À porta do inferno
A nota oficial do TSE ameaçou o servidor responsável pelo “pool” de emissoras de rádios que foi demitido: as denúncias de irregularidades são “falsas e criminosas e, igualmente, serão responsabilizadas”.
Questão de prioridade
Enquanto denúncia de 154 mil inserções a menos na campanha de Bolsonaro foi prontamente minimizada e deixada de lado pelo TSE, a campanha de Lula pede “urgência” na análise de 44 pedidos de resposta.
Brasil interessado
“Impeachment de Alexandre de Moraes” foi o segundo assunto mais buscado na internet ontem (26), no Brasil, segundo a ferramenta Google Trends. Futebol, como sempre, e celebridades dominaram o top 10.
Mais um sincericídia
Em entrevista à rádio Novabrasil, o candidato do PT Lula admitiu o motivo pelo qual se recusa a anunciar a equipe econômica: “Se eu anunciar uma equipe econômica, se eu tiver dois economistas, eu vou perder dez, vou perder quinze. Ou seja, eu não quero perder voto”.
Acima da média
Dados do Caged confirmaram a criação de 2,14 milhões de empregos formais entre janeiro e setembro deste ano e deve superar a média dos últimos 12 meses, quando foram 2,42 milhões de novas vagas geradas.
Alívio
Esta quinta-feira (27) é o último dia para a realização de comício e para o uso dos tradicionais carros de som. Para alívio geral da Nação, amanhã será o último dia para a propaganda eleitoral “gratuita.
Pensando bem…
…o TSE deixa claro que a justiça eleitoral tem pouco a ver com eleições, apenas com fake news.
DIÁRIO DO PODER – COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO